'Oppenheimer': conheça a história SOMBRIA não contada nas telas
Embora o desenvolvimento da bomba atômica tenha sido o foco principal do filme, há uma história crucial que passou despercebida. Saiba qual!
O nome “Oppenheimer” é sinônimo de um capítulo crucial na história: o desenvolvimento da bomba nuclear. No entanto, como frequentemente acontece, o enredo completo do filme que conta a história do físico norte-americano e sua criação vai muito além das telas de cinema.
O filme não menciona o “detalhe” oculto por trás do brilho científico de Oppenheimer — a verdade sobre o urânio, essencial para esse armamento de destruição em massa.
Cena despercebida
A icônica cena que mostra Oppenheimer manipulando bolinhas de gude, representando o urânio que alimentaria a bomba, omite uma parte fundamental da narrativa.
Dois terços desse componente não vieram de locais abstratos, mas sim do solo do Congo. Tal região, rica em minerais valiosos, foi essencial no fornecimento desse elemento indispensável para a bomba nuclear.
Porém, a história do Congo não é apenas sobre minerais e descobertas científicas. Ela é permeada por uma sombra escura do período colonial que lançou suas garras sobre o território.
Sob a reivindicação do rei Leopoldo II, da Bélgica, o Congo testemunhou horrores durante a era do Estado Livre do Congo. Milhares de vidas foram perdidas em nome de uma exploração brutal e implacável.
(Imagem: Wikipedia.org/Reprodução)
Mesmo após a transição para o Congo Belga, os abusos continuaram a assombrar a região. A Union-Minière du Haut-Katanga, uma gigante mineradora, estabeleceu seu domínio em uma área que excedia metade do território da Bélgica.
A mineração, embora tenha extraído urânio como um subproduto inicialmente negligenciado, trouxe consigo uma carga de injustiça, com trabalhadores congoleses tratados quase como escravos.
Enquanto os físicos nos Estados Unidos reconheciam o potencial do urânio para a criação de bombas poderosas, a Union-Minière emergia como a principal fornecedora do componente.
Homens congoleses, muitas vezes tratados em condições degradantes, separavam o urânio manualmente, um testemunho angustiante da exploração.
A Segunda Guerra Mundial lançou um novo papel sobre o Congo Belga. Sua posição estratégica levou ao fornecimento crucial de urânio para a construção das bombas atômicas.
No entanto, tal contribuição veio com um preço alto. Greves por melhores condições e salários culminaram em confrontos violentos e fatalidades.
Os Estados Unidos aproveitaram enormes quantidades de urânio do Congo, selando acordos de extração e transporte. Espiões foram enviados para garantir o fluxo contínuo de urânio e o controle sobre as minas.
Após a guerra, a contaminação radioativa permaneceu, deixando cicatrizes no solo e nas vidas dos congoleses.
A independência do Congo finalmente chegou em 1960, encerrando o domínio colonial. A contribuição dos congoleses para o desenvolvimento das bombas atômicas foi finalmente reconhecida, mesmo com as adversidades e duradouras consequências da extração do minério.
Enquanto Oppenheimer e sua equipe faziam história nas telas, os heróis não contados do Congo carregavam o peso da realidade obscura por trás dessa façanha científica.
Comentários estão fechados.