Os orixás são deuses que estão ligados aos elementos da natureza e os controlam. Alguns orixás são considerados ancestrais africanos que foram divinizados, ou seja, já habitaram a Terra, outros, participaram da criação.
Os orixás correspondem aos pontos de força da natureza e possuem características semelhantes às dos seres humanos, pois manifestam emoções como, tristeza, raiva, ciúme, paixão. Assim, cada um possui sua história, personalidade e desejos.
Cada orixá possui o seu próprio sistema simbólico que é composto por comidas, cores, oferendas, cantigas, rezas, etc.
Eles dominam energias que são capazes de movimentar o universo e a vida humana.
Sincretismo
No período da escravidão, o Brasil recebeu milhares de pessoas oriundas de diversas regiões da África. Por ser um continente bastante vasto, muitas dessas pessoas não falavam a mesma língua e não cultuavam os mesmos deuses. Junto aos africanos escravizados, vieram suas crenças e tradições.
O Brasil era um país católico, e essas pessoas, ao resistirem à religião que lhes era imposta, recebiam castigos.
Dessa maneira, os escravos supostamente abraçaram a fé católica, mas continuaram a manter o culto a seus orixás.
Durante séculos eles ficaram proibidos de cultuar suas divindades livremente. Por isso, associavam a imagem dos orixás aos santos da Igreja Católica para burlar a religião.
Então, ocorreu o sincretismo religioso, que consiste na junção de doutrinas religiosas e na reinterpretação das mesmas que desencadeiam em uma nova crença.
Entre os santos da Igreja Católica que foram incorporados pelas religiões de matriz africana, estão:
- Santa Bárbara — Iansã
- São Jorge — Ogum em algumas regiões e Oxóssi em outras.
- São Lázaro — Omolú
- Virgem Maria — Yemanjá
É importante salientar que o sincretismo de um mesmo orixá ou santo não é idêntico em todo país.
Os escravos africanos se apoiaram nessa ferramenta — sincretismo religioso — como forma de manter sua ancestralidade viva.
Orixás do candomblé e da umbanda
O candomblé é uma religião de matriz africana bastante antiga e se aproxima com os ritos africanos por ser uma junção direta dos cultos africanos que vieram com os negros escravizados, por isso é considerada uma religião afro-brasileira.
Os rituais do candomblé são muito parecidos com os rituais africanos, com danças, batuques e oferendas. Como essa religião é adotada por diferentes povos, ela não é praticada de uma única forma. Algumas de suas denominações são:
- Ketu: dos povos nagô;
- Jeje: dos povos jeje;
- Bantu: dos povos angolanos;
- Caboclo: junção das entidades africanas e dos espíritos ameríndios (indígenas).
A quantidade de orixás cultuados pelo candomblé varia de acordo com o tipo de candomblé. Estima-se que há em torno de dezesseis ou vinte orixás dentro dessa religião, cada um com sua especificidade.
A umbanda é uma religião sincrética, por isso, crê nos orixás, mas de uma forma diferente em relação ao candomblé.
Ela acredita na reencarnação, no carma e na imortalidade da alma. Além disso, cultua entidades que são vistas como espíritos experientes aptos a guiar as pessoas.
A umbanda mescla características das religiões afro-brasileiras, do catolicismo e do kardecismo, por isso é considerada uma religião brasileira. Ela não possui uma vertente única. Em seus rituais, os participantes tocam batuques e cantam cânticos em português.
Na umbanda são cultuados nove orixás:
- Oxalá
- Ogum
- Oxóssi
- Xangô
- Iemanjá
- Oxum
- Iansã
- Nanã Buruquê
- Obaluaê/Omulú
Eles representam as sete linhas da umbanda e não há nos rituais um trabalho direto com eles.
Os trabalhos são feitos com as entidades, que são:
- Exus e Pombagiras (no candomblé, Exu é um orixá e não uma entidade)
- Caboclos
- Preto-velho e preta-velha
- Erês (crianças)
- Baianos, marinheiros, malandros e boiadeiros, entidades chamadas de linhas auxiliares ou linhas regionais, pois a umbanda sofre modificações de acordo com a localidade do terreiro.
É importante destacar que ambas as religiões mantêm o culto, de modo geral, aos mesmos orixás, porém, cada uma conserva seu próprio ritual. São doutrinas que se diferenciam em termos ritualísticos, mas encontram na fé nos orixás um elo de convergência.
Os orixás mais cultuados no Brasil – Candomblé e umbanda
Os orixás mais cultuados no Brasil tanto no candomblé quanto na umbanda, são:
- Ogum
- Oxum
- Oxóssi
- Iemanjá
- Omulú
- Xangô
- Iansã
- Nanã
- Oxalá
Além dos já citados, alguns dos orixás do candomblé mais cultuados no Brasil, são:
- Exu
- Oxumaré
- Ossain
- Ewá
- Logunedé
- Obá
- Oxoguiã
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