Bombas Atômicas de Hiroshima e Nagasaki

Imagem do momento da explosão da segunda bomba atômica utilizada na história. Batizada de “Fat Man”, formou um imenso cogumelo no céu. (Nagasaki 9 de agosto de 1945).

Em 1945 o mundo testemunharia o lançamento de duas bombas atômicas, a utilização desse tipo de armamento até então era inédita na história das guerras. A primeira bomba apelidada de “Little Boy” foi lançada sobre a cidade de Hiroshima no Japão no dia 6 de agosto de 1945. Três dias depois a segunda bomba seria lançada na cidade de Nagasaki. A utilização de uma arma tão devastadora levaria ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Réplica da Little Boy

Segunda Guerra Mundial

Os impactos causados pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945) fizeram dela o conflito mais catastrófico de todos os tempos. Estima-se que morreram cerca de cinquenta a setenta milhões de pessoas durante os confrontos, direta ou indiretamente.

A guerra tomou proporções globais, além das mortes nos campos de batalhas, milhares de pessoas morreram em decorrência da propagação de ideologias totalitárias, que pregavam o ódio contra minorias étnicas, pode-se citar como exemplo o episódio do Holocausto, em que judeus e outras grupos foram mortos pelo regime nazista com a justificativa de uma limpeza étnica.

A guerra também serviu para o homem mostrar ao mundo a sua capacidade de criar armas extremamente letais, era o emprego da tecnologia a serviço do mal, a criação e utilização das bombas atômicas é uma prova disso.

Os países envolvidos na Segunda Guerra Mundial iniciaram uma corrida armamentista que visava superar o poder do inimigo. A superioridade de uma nação era medida pela sua capacidade de criar armas mais potentes e letais que os seus opositores. Quanto maior o arsenal bélico de uma nação, maior seria também o seu respeito no cenário político. Nesse conflito de um lado estavam os países do Eixo formados por Alemanha, Itália e Japão e do outro os Aliados que tinham como sua principal força Estados Unidos, Inglaterra e França.

Bomba Atômica

Nesse contexto, em 1939, o físico alemão Albert Einstein convence o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a construir a bomba atômica antes que os alemães a construíssem. Em 1945 os cientistas dariam início aos testes da nova arma. Nem mesmo eles teriam a exatidão do poder de destruição da nova invenção. Enquanto isso os principais representantes dos países do Eixo, Itália e Alemanha assinariam a sua rendição. A guerra caminhava para a sua fase final.

O Japão estava prestes a assinar sua rendição, mas em uma demonstração cruel de poder, os Estados Unidos resolveram lançar as bombas atômicas sobre o território japonês. Foi uma forma encontrada de testar o novo armamento e intimidar o restante do mundo. Mais que um ato militar, essa ação foi um ato político, uma mensagem clara aos inimigos dos norte-americanos em relação ao seu poderio bélico. Militares envolvidos na guerra declarariam anos depois que o lançamento das bombas era desnecessário.

Consequências do lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki

A cidade de Hiroshima era uma das maiores do Japão, com uma população estimada em cerca de 330.000 habitantes. No momento do lançamento da bomba, cinquenta mil pessoas morreram, outras oitenta mil ficaram feridas. A “Little Boy” estava carregada com sessenta toneladas de urânio, a explosão criou um imenso cogumelo de poeira radioativa, que espalhada pelo vento desintegrou a vegetação e parte da população, o que dificultou a contagem do número real de mortos.

A nuvem de cogumelo após o lançamento das bombas

Segundo Emico Okuno, Professora do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, grande parte das mortes imediatas — no dia ou durante a primeira semana após a explosão da bomba — é atribuída a queimaduras fatais.

A radiação emitida pelas bombas contaminou o solo, a água e os animais. As cidades de Hiroshima e Nagasaki se transformariam em um grande deserto. Cerca de cento e trinta mil pessoas morreram depois em decorrência dos efeitos da bomba. Os efeitos da radioatividade atravessariam gerações, causando mutações genéticas e um alto índice de câncer na população, principalmente o câncer ósseo.

Após o lançamento das bombas atômicas, a ONU-Organizações das Nações Unidas, seria criada, com o intuito de controlar a fabricação e testes desses armamentos e mediar possíveis conflitos entre as nações.

Diversos países se sensibilizaram com a destruição das cidades japonesas e se empenharam para ajudar na sua reconstrução.

As cidades de Hiroshima e Nagasaki eram formadas por uma população civil que não tinha nenhuma relação com os militares envolvidos na guerra, o que aumentou a comoção mundial em torno do episódio. Mulheres, crianças e idosos foram os mais atingidos pelos efeitos das bombas.

Atualmente, as duas cidades estão totalmente reconstruídas. Hiroshima e Nagasaki são modernas e desenvolvidas, como a maioria das cidades japonesas, mas a lembrança dos dias 6 e 9 de agosto continuam vivas na memória de seus habitantes.

Logo após o episódio, armas nucleares continuaram sendo testadas, no entanto setenta anos passados do lançamento da primeira bomba atômica, armas dessa magnitude nunca mais foram utilizadas em um conflito. O rastro de destruição deixado em Hiroshima e Nagasaki serviram de exemplo para que as comunidades internacionais evitassem se envolver em novos conflitos nucleares.

Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia

você pode gostar também
1 comentário
  1. Gustavo Passinato Diz

    Texto muto bem escrito!! Parabéns à autora!!

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.