Ovo de galinha de mil anos é descoberto preservado em Israel

Imagine descobrir um ovo de galinha perfeitamente preservado, com aproximadamente mil anos de idade. Essa incrível façanha ocorreu recentemente em Israel, quando pesquisadores encontraram o ovo em uma fossa na antiga cidade de Yavneh. Apesar de sua delicadeza ter resultado em uma pequena rachadura durante a retirada, sua preservação ao longo dos séculos é verdadeiramente impressionante.

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Uma revelação surpreendente

A surpreendente conservação do ovo ao longo de tantos anos pode ser atribuída a um fato curioso. Ele estava envolto em resíduos humanos macios, criando condições anaeróbicas, ou seja, livres de oxigênio, que impediram a sua decomposição. Mesmo os ovos mais frescos encontrados nas prateleiras dos supermercados dificilmente duram por muito tempo.

Com cuidado extremo, os pesquisadores removeram o ovo da fossa sob a supervisão de um especialista em conservação experiente. Embora a casca tenha rachado, Ilan Naor, diretor do Laboratório de Conservação de Materiais Orgânicos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), foi capaz de reparar a rachadura. Embora parte do seu conteúdo tenha vazado, uma pequena quantidade de gema foi preservada para análises futuras de DNA.

Essa descoberta intrigante ocorreu durante uma escavação realizada antes do desenvolvimento de um novo bairro na cidade israelense. Além do ovo, a fossa também continha três bonecas feitas de osso, características da época, e uma lamparina a óleo.

Essa extraordinária revelação arqueológica, além de fornecer insights sobre a vida e os costumes antigos, lança luz sobre o papel das galinhas no passado. A especialista em aves domésticas do mundo antigo, a arqueóloga Lee Perry Gal, afirma que as galinhas foram domesticadas no sudeste da Ásia há cerca de 6 mil anos. No entanto, levou algum tempo para que se tornassem uma parte significativa da alimentação humana.

O ovo de galinha na história e as práticas de criação de animais no passado

Inicialmente, essas aves eram utilizadas para outros propósitos, como brigas de galos, além de serem apreciadas por sua beleza e exibidas em zoológicos antigos ou oferecidas como presentes à realeza. A descoberta desse ovo completo, embora rara, destaca a importância das galinhas na história e revela a complexidade das práticas de criação de animais no passado.

Outras evidências encontradas em pesquisas anteriores também apontam para a criação de aves com finalidades além do consumo alimentar. Um estudo realizado com ossos de aves britânicas, com cerca de 3 mil anos de idade, revelou que as galinhas daquela época viviam entre 2 e 4 anos, muito mais do que suas descendentes nos sistemas modernos de criação industrial, que têm uma vida curta de apenas 33 a 81 dias.

Essas descobertas recentes e anteriores reforçam a noção de que a criação de animais no passado tinha propósitos além da alimentação. Eles eram frequentemente criados por motivações sagradas ou de entretenimento, indo além de seu papel como fonte de alimento.

Essas práticas remontam a tradições antigas, como as dos britânicos mencionados por Júlio César, que consideravam tabu consumir lebre, galinha ou ganso, embora criassem esses animais para seu próprio deleite e prazer.