Pague pela demissão: Japoneses estão contratando empresa por medo de se demitir
Uma empresa japonesa inovou e está oferecendo a opção de contratar um serviço para pedir demissão em nome de outra pessoa.
Algumas situações de trabalho podem ser muito difíceis de enfrentar, como pedir demissão. Foi pensando nesse motivo que uma startup criou um serviço inusitado que pede demissão em nome do funcionário.
Ou seja, para sair de um emprego indesejado ou para encerrar uma etapa profissional, você só precisa contratar uma empresa e sair em busca da felicidade!
Como resultado, parte dos japoneses não precisam mais passar pela tensão e pelo constrangimento de se demitir. Além disso, eles estão inovando e promovendo uma mudança cultural, já que o tempo médio de serviço no país é de 12,4 anos.
Por que os japoneses estão pagando para pedir demissão?
Apesar de ser um serviço incomum, a empresa Exit, responsável por assumir as demissões, informou que os negócios estão indo bem. A empresa japonesa já atende a 10 mil pessoas anualmente.
Para o cofundador da Exit Toshiyuki Niino, deixar um emprego no Japão é como se eles estivessem cometendo um erro imperdoável. Ele também afirma que o momento da demissão é muito vergonhoso, pois os chefes fazem com que a pessoa sinta culpa por abandonar o cargo.
Inclusive, essa foi a principal motivação para a fundação da empresa, em 2017, quando Toshiyuki Niino decidiu deixar um emprego no qual se sentia infeliz. Com o apoio de um amigo, ele deixou o emprego e fundou seu próprio negócio de demissões terceirizadas.
Muitos japoneses já contrataram o serviço pelo valor de 20 mil ienes (nome da moeda do Japão), cerca de R$ 700,00. Por essa quantia, a empresa assume todo o processo de demissão, desde o momento do pedido com o chefe até a parte burocrática de documentos e assinaturas.
A tradição do emprego vitalício no Japão
Culturalmente, o Japão tem uma ideia de que a pessoa precisa ter um emprego para a vida toda. Logo, muitos ficam receosos de não aceitar uma rotina vitalícia. Normalmente, no país asiático, uma pessoa trabalha, no mínimo, por 12,4 anos no mesmo emprego, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do país.
Essa divergência de opiniões que gera a demanda do serviço de demissão também é comprovada por meio de dados da startup. Isso é percebido porque que a maioria dos clientes são homens com cerca de 20 anos e que não querem ficar por décadas na mesma empresa.
Assim, a nova prática dos jovens japoneses reafirma uma mudança de geração e de costumes culturais que contestam os hábitos tradicionais de dedicação extrema ao trabalho.
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