Pais ensinam mais matemática aos meninos do que às meninas, mostra estudo

Estudos revelam que pais incentivam mais meninos que meninas em atividades matemáticas, impactando futuras carreiras femininas.

Mesmo com o crescente entendimento sobre a equidade de gênero nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), um estudo recente aponta uma discrepância preocupante no comportamento dos pais.

A pesquisa revela que, nas atividades matemáticas diárias, há maior incentivo para meninos do que para meninas, apesar de os pais considerarem a disciplina igualmente relevante para ambos os gêneros.

O estudo, publicado na revista científica Developmental Psychology, envolveu 929 pais de crianças com idades entre um e seis anos. Eles foram questionados sobre a frequência com que realizam atividades matemáticas com seus filhos e sobre a importância atribuída à disciplina.

Curiosamente, embora muitos pais afirmem ter uma visão igualitária, suas ações em casa sugerem outra realidade.

Atividades matemáticas e disparidades de gênero

Os resultados do estudo deixam claro que existe um maior envolvimento dos pais em atividades matemáticas com meninos. Tarefas como contar e identificar números são mais frequentemente estimuladas entre os garotos, especialmente aos seis anos.

Além disso, crianças do sexo masculino dessa faixa etária participam mais de práticas como medições e uso de réguas.

Impacto nas carreiras futuras

Essa desigualdade na infância ecoa na vida adulta. Dados de 2023 indicam que, em exames como o SAT, meninos superam meninas na seção de matemática, o que afeta a entrada em universidades e, consequentemente, suas carreiras.

Em profissões relacionadas à matemática, as mulheres ainda são minoria. Conforme o relatório do Bureau of Labor Statistics, as mulheres detêm um terço dos diplomas em engenharia, mas ocupam apenas 17,2% dos cargos em arquitetura e engenharia.

Debate: biologia ou socialização?

Há uma discussão contínua sobre as origens das diferenças nas habilidades matemáticas entre os gêneros. O estudo mais recente sugere que a socialização em casa contribui para essas diferenças.

Entretanto, a pesquisa não define se essas disparidades resultam de predisposições biológicas ou da educação.

Conforme as crianças crescem, suas interações sociais – influenciadas por professores e amigos – tornam difícil identificar a origem das diferenças. No entanto, cabe aos pais garantir que, se acreditam na importância da matemática para ambos os gêneros, suas práticas reflitam essa crença, oferecendo as mesmas oportunidades para meninas e meninos.

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