Podem existir muito mais mulheres psicopatas do que se imaginava, diz psicólogo

Por muito tempo acreditava-se que a psicopatia era uma característica estritamente masculina, ou que pelo menos fosse majoritária em homens. Contudo, observações recentes têm associado esse traço doentio com cada vez mais mulheres.

De acordo com o Dr. Clive Boddy, psicólogo associado à Universidade Anglia Ruskin, a psicopatia feminina, por assim dizer, é muito mais sutil e camuflada porque nas mulheres ela se demonstra sem tanta violência e crueldade quanto nos homens.

“O comportamento de psicopatas do sexo feminino parece ser suficientemente sutil e menos óbvio do que os psicopatas do sexo masculino e, portanto, eles não são reconhecidos tão facilmente”, destacou ele.

Boddy, que é especialista em psicopatia no mundo corporativo, explicou que a violência praticada por mulheres psicopatas está mais relacionada a ataques emocionais e psicológicos raramente detectados.

“Um pequeno, mas crescente corpo de evidências descreve as psicopatas femininas como propensas a expressar a violência verbalmente e não fisicamente, sendo a violência de natureza relacional e emocional, mais sutil e menos óbvio do que o expresso pelos psicopatas masculinos”, disse.

O psicólogo sugere ainda que o hábil de espalhar mentiras, manipular e tentar ser o centro das atenções no local de trabalho são alguns traços comuns a psicopatas do sexo feminino. Não há violência física e por vezes sequer verbal, mas há essa trama oculta na maioria dos casos detectados.

Por outro lado, Dr. Clive Boddy aponta levantamentos como o Levenson self-report psychopathy scale (LSRP), feitos para identificar traços de psicopatia, como os responsáveis por “encobrir” as mulheres psicopatas.

Segundo ele, esse tipo de pesquisa foca apenas em características clássicas de psicopatas que são agressivos, anti-sociais, violentos e cruéis, geralmente do sexo masculino. Com isso, se esquecem de outros traços menos agudos dessa patologia mental.

(Imagem: divulgação)

Para se ter uma ideia, levando em consideração os números obtidos por determinados levantamentos, existem 10 homens psicopatas para cada uma mulher que tem esses traços de personalidade obscuros.

No entanto, o número real seria de um para um ou, no mínimo, dois para um, se as características menos sutis forem colocadas como indicativas.

Por fim, Clive Boddy alerta que as empresas e órgãos governamentais devem estar atentos ao perfil das pessoas que são contratadas para trabalhar.

Conforme ele destaca, os ambientes corporativos são perfeitos para a ação de “psicopatas sutis”, que podem tanto ser mulheres quanto homens.