Por que 'como foi a escola?' não atrai crianças e outras formas de perguntar

Descubra estratégias de comunicação eficazes e empáticas para melhorar as conversas pós-escolares com seus filhos.

A conversa entre pais e filhos após um longo dia escolar é um momento crucial para a conexão familiar. Entretanto, psicólogos alertam que as perguntas convencionais como “Como foi a escola?” e “Como foi o seu dia?” podem não ser as mais efetivas.

Segundo Dra. Linda Papadopoulos, uma psicóloga de destaque, escritora e apresentadora, estas perguntas genéricas muitas vezes resultam em respostas superficiais, como “sim, estava tudo bem”, sem oferecer insights significativos sobre o dia da criança.

A psicóloga infantil Martha Deiros Collado corrobora essa visão, explicando que após um dia cheio de atividades e aprendizado, as crianças, assim como os adultos, precisam de um tempo para se desligarem e relaxarem.

Elas buscam momentos de lazer, brincadeira e descanso, e não necessariamente uma revisão imediata do seu dia.

A perspectiva dos pais e a realidade infantil

Deiros Collado observa que muitos pais fazem estas perguntas por curiosidade e pelo desejo de se conectar com seus filhos, especialmente considerando o tempo limitado que passam juntos durante os dias de semana.

No entanto, ela aponta que as respostas das crianças frequentemente são curtas ou desinteressadas, uma reação semelhante à que muitos adultos tinham quando eram questionados da mesma forma na infância.

Escolhendo o momento certo para conversar

Para uma comunicação eficaz, Deiros Collado enfatiza a importância da paciência. Ela sugere que os pais devem esperar até que a criança se sinta pronta para compartilhar suas experiências.

A especialista aconselha os pais a focarem no prazer do reencontro, observando a linguagem corporal e as emoções das crianças, o que pode indicar o momento apropriado para iniciar uma conversa mais profunda.

Técnicas para iniciar conversas mais significativas

Dra. Papadopoulos acredita que o timing é fundamental. Ela sugere evitar questionamentos imediatos, como assim que a criança entra no carro, e esperar por um momento mais tranquilo, como a hora de dormir.

Neste período, as crianças estão geralmente mais relaxadas e abertas a conversas. Com crianças menores, ela propõe iniciar uma atividade conjunta, como modelar com massinha ou desenhar, o que pode levar a uma conversa mais espontânea e menos formal.

Encorajando o diálogo com perguntas estratégicas

Deiros Collado e Papadopoulos concordam que compartilhar detalhes sobre o próprio dia dos pais pode estimular as crianças a fazerem o mesmo.

Eles aconselham evitar perguntas que levem a respostas binárias de “sim” ou “não” e sugerem formular questões que comecem com “o que”, como “O que te fez rir hoje?” ou “Qual foi a melhor parte do seu dia?”. Essas perguntas tendem a incentivar respostas mais detalhadas e reflexivas.

Discutindo emoções e experiências

Ambas as especialistas destacam a importância de falar sobre emoções com as crianças. Perguntas como “Você se sentiu triste hoje? O que fez você se sentir melhor?” ou “Houve algum momento difícil hoje, mas que você superou?” podem fornecer insights valiosos sobre as experiências emocionais e desafios enfrentados pelas crianças, promovendo uma comunicação mais empática e profunda entre pais e filhos.

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