Português para concursos: este guia vai tirar suas principais dúvidas

Domine as regras da ortografia oficial e aumente suas chances de sucesso em concursos públicos com este guia abrangente.

A origem do termo “ortografia” remonta às palavras gregas e latinas “orthos” e “graphia”, significando, respectivamente, “correto” e “escrever”. No contexto brasileiro, a ortografia oficial orienta a escrita de acordo com padrões etimológicos e fonológicos.

A compreensão desse conceito é essencial para quem deseja se destacar em concursos públicos, vestibulares e processos seletivos. Além de garantir uma boa colocação, o conhecimento aprofundado da ortografia pode ser um diferencial significativo em provas de redação e português.

Para ajudar na preparação de concurseiros de plantão, apresentamos um guia detalhado sobre os principais aspectos da ortografia oficial. Ao dominar essas regras, você estará mais bem preparado para enfrentar questões que abordam acentos, uso de letras e outras nuances da língua portuguesa. Confira a seguir!

Entendendo o uso dos acentos

Os acentos têm a função de alterar a pronúncia das sílabas e, consequentemente, os significados das palavras. Na Língua Portuguesa, utilizamos quatro tipos de acentos.

  • Acento agudo (´): usado para indicar sílabas tônicas com pronúncia aberta, como em “acarajé” e “filé”;
  • Acento circunflexo (^): aplica-se em vogais pronunciadas de forma fechada, como em “ônibus” e “ângulo”;
  • Til (~): confere um som anasalado, como em “ação” e “constituição”;
  • Acento grave (`): indica crase, que será abordada mais adiante.

Particularidades do uso do X e CH

Uma das dúvidas mais comuns é quando optar por “X” ou “CH”. Na prática, a escolha depende da origem da palavra e de algumas regras específicas.

Palavras com CH

  • Palavras derivadas do latim que transformam “pl”, “fl” e “cl” em “CH”, como “planus” em “chão”;
  • Termos de origem francesa, como “chofer” (chauffeur) e “creche” (crèche);
  • Iniciadas por “me”, como “mexilhão” e “México”, com exceção de “mecha”.

Palavras com X

  • Após ditongos, como em “peixe” e “caixa”;
  • De origem indígena, como “capixaba” e “araxá”;
  • De origem africana ou árabe, como “afoxé” e “xarope”, com exceções como “alcachofra”.

A escolha entre S e Z

Outra confusão frequente ocorre entre “S” e “Z”. Algumas regras podem ajudar:

Casos para uso de S

  • Em palavras derivadas de uma primitiva com S, como “casa” – “casinha”;
  • Após ditongos com som de Z, como em “coisa”;
  • Nos sufixos “ês”, “esa”, “esia” e “isia”, indicando nacionalidade ou título.

Casos para uso de Z

  • Quando a palavra termina em “ez” ou “eza”, indicando qualidade, como “nobreza”;
  • Com sufixos derivativos como “zinho” e “zito”;
  • Na formação de verbos terminados em “izar”, como “economizar”.

Diferenças entre C, Ç, S e SS

Para distinguir o uso dessas letras, algumas regrinhas são essenciais:

  • C: Antes de E e I, soa como S; antes de A, O ou U, vira Ç, como em “aço”;
  • S: Após consoante ou entre vogais, usa-se S ou SS, como em “concurso”;
  • SS: Entre vogais, é usado SS, como em “pessoa”;
  • Ç: Após ditongo, como em “traíção”, ou em palavras com raízes específicas.

G ou J: qual escolher?

A escolha entre G e J pode ser confusa, mas algumas regras ajudam.

Uso do G

  • Em palavras derivadas de outras com G, como “faringite” de “faringe”;
  • Nos sufixos “ágio”, “égio”, e derivados, como “prestígio”;
  • Substantivos terminados em “gem”, como “viagem”.

Uso do J

  • Em palavras derivadas de outras com J, como “lojista”;
  • Nos verbos terminados em “jar”, como “enferrujar”;
  • Em palavras de origem tupi ou africana, como “jabá” e “Iemanjá”.

Clarificando o uso de mal e mau

Para determinar se a palavra correta é “mal” ou “mau”, uma dica prática é verificar se ela pode ser substituída por “bem” ou “bom”, respectivamente. Se o oposto for “bem”, usa-se “mal”; se for “bom”, usa-se “mau”.

Desvendando o uso dos porquês

Existem quatro formas de empregar os porquês, cada uma com sua função específica.

  • Porque: usado em respostas e explicações;
  • Por que: utilizado no meio de perguntas, em substituição a “por qual motivo”;
  • Por quê: aparece no fim de frases interrogativas;
  • Porquê: usado como substantivo, indicando um motivo ou razão.

O temido uso da crase

A crase é uma das questões mais desafiadoras em português. Não se usa crase:

  • Antes de substantivos masculinos;
  • Antes de verbos e grande parte dos pronomes;
  • Em expressões com palavras repetidas.

Entretanto, emprega-se crase:

  • Antes de palavras femininas, quando pedem preposição “a”;
  • Em locuções adverbiais e prepositivas;
  • Antes de horas determinadas.

Palavras homônimas e parônimas: atenção redobrada

Estas palavras são comuns em pegadinhas de concursos. Palavras homônimas têm som igual, mas significados diferentes. Já as parônimas têm grafia similar, mas pronúncia e significados distintos.

O impacto do novo acordo ortográfico

Embora promulgado em 1990, o novo acordo ortográfico tornou-se obrigatório apenas em 2016. As mudanças mais notáveis incluem a inclusão das letras K, W e Y no alfabeto e a eliminação do trema, exceto em nomes próprios estrangeiros.

Veja no quadro abaixo um breve exemplo de algumas atualizações feitas:

Mudanças Antes Depois
Trema Frequentemente usado Abolido, exceto em estrangeirismos
Acentuação Ditongos abertos acentuados Não acentuados em paroxítonas
Hífen Com vogais iguais Sem quando vogais são diferentes

Dominar a ortografia oficial é um passo importante para o sucesso em concursos públicos. Com dedicação e prática, é possível internalizar essas regras e estar bem preparado para qualquer desafio que as provas possam apresentar.

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