Prepare o bolso: azeite de oliva pode ficar ainda mais caro; entenda o porquê
O produto tem sofrido uma alta constante nas prateleiras dos supermercados. Porém, o ápice do preço ainda não foi atingido.
A preparação de alimentos dos brasileiros ficou mais cara nos últimos meses. O preço do azeite de oliva disparou nos supermercados de todo o Brasil, atingindo o maior patamar em sete anos. Segundo os dados de outubro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada do produto em 12 meses chegou a 26,96%.
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No entanto, mesmo com um aumento significante, o azeite não atingiu o ápice de seu preço, visto que eles tendem a aumentar ainda mais. Dentre os fatores causadores de tamanho aumento, estão as questões climáticas, que afetam diretamente as plantações de oliveiras. Além disso, a guerra entre a Ucrânia e a Rússia e a questão cambial também influenciam nos preços cobrados.
Segundo especialistas, não há perspectiva de solução a curto prazo, visto a gravidade das questões que resultam na alta dos preços. Dados divulgados pelo Conselho Internacional de Azeite de Oliva mostram que o Brasil é o terceiro maior importador mundial de óleo de azeite e azeite extra virgem. Assim, 8% de toda a produção global é destinada ao Brasil, ficando atrás somente da União Europeia (17%) e dos Estados Unidos (35%).
Aquecimento Global e seus feitos
Um dos fatores que mais tem influenciado nos preços é o aquecimento global e as ondas de calor extremo que estão ocorrendo em todo o mundo. Devido às mudanças climáticas, os produtores europeus estão enfrentando dificuldades para manter a produção das oliveiras, altamente impactadas com as altas temperaturas e a seca.
O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Felippe Serigati, explicou ao Estadão que o El Niño está mais forte do que de costume nesse ano. Por isso, a safra foi reduzida devido ao impacto nas oliveiras, que deram menos frutos para a produção do azeite. Além disso, Serigati relembra ainda que a atual situação se assemelha ao mercado nacional de 2015, quando o óleo registrou grandes altas.
“O ano de 2015 tem características parecidas com 2023. O País também tinha problemas cambiais, além de uma seca forte causada, justamente, pela incidência do El Niño”, explicou Serigati. Em 2015, o ano fechou com uma inflação acumulada de 22,75% em doze meses, com uma alta que se manteve nos primeiros meses de 2016. Em julho de 2016, a alta chegou aos 31,24%.
Por fim, o professor da FGV diz que esse cenário pode se repetir. “Não seria uma surpresa se nos próximos meses nós registrássemos novos aumentos no preço do azeite”, afirmou.
*Com informações de Estadão
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