Professores japoneses protestam quanto às condições de trabalho abusivas

Trabalho excessivo dos professores resultou em cerca de 63 mortes entre os profissionais da educação nos últimos 10 anos.

Um estudo organizado em 2018 pela OCDE apontou que as condições dos professores do ensino médio fogem da média dos países desenvolvidos. No Japão, a profissão exige 56 horas semanais. Geralmente, em outros lugares, o professor cumpre com a carga horária de 38 horas por semana.

Leia mais: Ser dona de casa ainda é algo atrativo para as mulheres no Japão

Professores realizam protestos

Em relato sobre o caso, o docente japonês Yoshio Kudo dizia que o trabalho começa bem cedo e que quase não tinha horário para terminar, podendo durar até a meia-noite. Por consequência do exercício, o homem passou por um “karoshi”, o falecimento pelo excesso de atividade.

Além desse relato, há o caso de outro professor do ensino médio que faleceu em 2007, aos 40 anos, por causa de uma hemorragia cerebral. Pouco a pouco, casos como estes se tornam comuns entre os docentes, logo é justamente esse o motivo do protesto. A investigação realizada pelo jornal Mainichi apontou que, nos últimos dez anos, cerca de 63 professores morreram por causa do trabalho excessivo.

Neste ano, o governo do Japão começou a pesquisar sobre as condições de trabalho que um docente enfrenta. No geral, os professores mostram que estão chegando cada vez mais ao limite da carga horária e que os horários têm sido combatidos por meio de ações judiciais.

Medidas das autoridades japonesas

O estudo do caso possibilitou que o país começasse terceirizar o cumprimento de algumas atividades que antes eram responsabilidade do professor. Keiko Nagaoka, ministra da Educação no Japão, comentou sobre o caso:

“Nossas medidas para reformar as condições de trabalho dos professores estão progredindo constantemente.”

Ela completou afirmando que ainda há professores que estão trabalhando por longas horas e concluiu dizendo que os esforços para a melhoria na profissão precisam ser aceleradas.

Especialistas do país apontaram que o professor virou um “faz-tudo” e que vivem o excesso de trabalho, além de estarem impedidos por lei de receber horas extras pelo que fazem. Há uma lei que concede ao profissional cerca de oito horas extras fixas mensalmente pelo trabalho realizado, mas é só.

Segundo os docentes, eles obrigam os profissionais a sempre fazer mais por um salário fixo.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.