Projeto social leva escola para crianças e jovens internados no Paraná

Iniciativa do Sareh dá oportunidade de seguir com a vida escolar mesmo durante a internação nos hospitais públicos do estado.

Uma notícia para aquecer seu coração nesta semana! Em meio à triste rotina de terapias, oxigênio e ambiente hospitalar, crianças e jovens internados em hospitais públicos do Paraná têm a oportunidade de seguir estudando, mesmo durante o tratamento. Tudo graças à iniciativa do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh).

O trabalho consta de visitas regulares de um pedagogo e três professores a alunos internados nos hospitais atendidos pelo programa. Porém, estes profissionais vão mais fundo e, além do atendimento hospitalar, estendem a assistência para aqueles que seguem com o tratamento de casa.

Em matéria divulgada na Gazeta do Povo, a pedagoga Leila Cristina Cirino descreve como chega até as crianças. Primeiro, ela visita os quartos em busca de interessados em seguir com os estudos. Então, a partir da recepção positiva por parte dos enfermos, ela entra em contato com as respectivas escolas.

Nisso, informa sobre o estado de saúde do paciente, se busca informações sobre o conteúdo estudado por ele, se há provas em aberto e, assim, estrutura como as aulas devem ser ministradas no hospital. Os professores visitam o aluno na parte da tarde, já portando o plano individualizado, considerando aquilo que estava encaminhado na escola.

Cada professor fica responsável por uma área do conhecimento – Linguagem (Línguas Estrangeira e Portuguesa, Arte, Educação Física); Ciências Humanas (Sociologia, História, Geografia, Ensino Religioso, Filosofia) e Ciências Exatas (Química, Física, Biologia, Ciências e Matemática).

O projeto seleciona profissionais concursados que tenham, também, conhecimento em escolarização hospitalar. O trabalho é voluntário e, na sua execução, os professores precisam ministrar o conteúdo extenso dos ensinos médio e fundamental, além de elaborar relatórios sobre cada aula e os avanços do aluno.

A iniciativa encontra respaldo na legislação do estado. No Paraná, é direito da criança continuar sendo atendido em casa caso, ainda, não possa retornar para a escola. Os professores e famílias escolhem os horários adequados para as aulas enquanto todo o progresso deve ser registrado por relatórios enviados aos Núcleos Regionais de Educação.

No total, são 18 centros atendidos pelo programa. Veja a lista dos hospitais participantes:

  • Hospital de Clínicas da UFPR
  • Hospital Pequeno Príncipe
  • Hospital do Trabalhador
  • Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia
  • Hospital Erasto Gaertner
  • Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
  • Hospital Cajuru
  • Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier
  • Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (Londrina)
  • Hospital Universitário Regional de Maringá
  • Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Cascavel)
  • Hospital Infantil Doutor Waldemar Monastier (Campo Largo)
  • Hospital Regional do Litoral (Paranaguá)
  • Hospital do Câncer de Londrina (Londrina)
  • Hospital do Câncer de Cascavel (UOPECCAN)
  • Comunidade Terapêutica Esquadrão da Vida (Ponta Grossa)
  • Comunidade Terapêutica Melhor Viver (Ponta Grossa)
  • Clínica HJ Ltda (União da Vitória)

Os pais também aprendem

O maior objetivo do Sareh é continuar com o processo de escolarização, enfrentando a desmotivação pela enfermidade e distância do convívio social. Assim, o aluno não perde o interesse em aprender nem o ano letivo. Mas, se proporcionar estudo às crianças já é gratificante, imagina levar isso, também, aos pais!

Com o projeto, pais das crianças internadas são, também, estimulados a voltar a estudar. O programa auxilia estas pessoas no ingresso pela modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), dando instruções para quem demonstra interesse. Leila ressalta que é uma situação frequente no Hospital das Clínicas de Curitiba, unidade atendida pelo Sareh.

Ainda na publicação da Gazeta, a professora Angélica Macedo Lima conta ter desenvolvido uma tese de doutorado sobre o programa. Ela reforça dois pontos importantes do Sareh: a recompensa dos profissionais envolvidos e, principalmente, a influência da educação na própria evolução do quadro clínico dos pacientes.

Segundo Angélica, “é difícil um aluno hospitalizado não querer estudar, mesmo na UTI […] o desejo é seguir em frente”. Um dos exemplos citados na reportagem foi o de uma aluna mineira que seguiu tratamento no HC de Curitiba. A mãe da menina afirma que o projeto ajudou muito na recuperação da filha por proporcionar alegria e estímulo através das aulas.

Outro ponto fundamental do programa é a influência na inserção da criança de volta à escola. As equipes participantes orientam quanto ao processo de adaptação, levando em consideração a realidade do estudante e a necessidade diferenciada devido ao quadro clínico. Um processo cuja penalização pode ser aliviada pela compreensão e entendimento.

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