Quilombo dos Palmares
Conheça a história do maior quilombo brasileiro, considerado um dos principais símbolos de resistência à escravidão.
A escravidão no Brasil durou cerca de 400 anos. A partir do século XVI, ela foi a principal força de trabalho no país, e perdurou desde a época colonial até o final do Império.
Antes de tudo, ela foi um negócio extremamente lucrativo para muitos portugueses, ingleses e espanhóis, que fizeram fortuna trazendo os negros africanos em navios para serem vendidos no Brasil.
De posse dos senhores, eles eram submetidos a duras jornadas de trabalho, principalmente na agricultura e mineração. Responsáveis por quase toda a força braçal utilizada no país, os negros produziram grande parte das riquezas que os colonos levavam para suas terras de origem.
Os castigos dados pelos senhores e capitães do mato eram terríveis. E não era só isso, as mulheres viviam diversas situações de abuso sexual e exploração doméstica. Além disso, caso fugissem e fossem apanhados, poderiam ser torturados até a morte.
Por conta dessa situação, e apesar do medo de serem apanhados, muitos escravos fugiam. Dessas fugas surgiram os quilombos, que na prática, eram os locais onde os fugitivos se refugiavam em grupos, tentando conquistar uma nova vida depois dos horrores vividos enquanto cativos.
O que é quilombo?
A palavra é originária da língua banto, kilombo, e quer dizer povoação ou fortaleza. Já o termo mocambo, frequentemente associado aos quilombos, quer dizer esconderijo.
Na prática, era para esses locais que os escravos fugitivos se dirigiam quando finalmente conseguiam fugir dos locais onde eram mantidos. Ou seja, serviam como um refúgio.
Eles se estenderam por todo o território brasileiro, sempre à margem das cidades ou da zona rural. O mais notório deles foi o Quilombo dos Palmares.
História do Quilombo dos Palmares
Sua formação data de poucos anos após a descoberta do Brasil. Por volta de 1580, os escravos que fugiam das fazendas de engenho de Pernambuco e da Bahia começaram a se deslocar para lá.
Palmares estava localizado na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, e era composto por vários mocambos, ou seja, núcleos de povoamento. Os núcleos que mais se sobressaíram foram Macaco, Zumbi e Subupira.
O auge do quilombo foi na segunda metade do século XVII, quando ele chegou a abrigar mais de 20 mil pessoas.
Engana-se quem pensa que os quilombos não eram economicamente ativos. No caso de Palmares, a sobrevivência de seus habitantes era baseada na agricultura, coleta de frutas e caça e pesca.
Produtos artesanais à base de palha, cerâmica, tecidos e outros objetos desse tipo eram fabricados por seus membros. Os excedentes, então, eram comercializados com populações próximas, possibilitando a movimentação econômica.
Chefes do Quilombo
Acredita-se que lá, a organização do poder era semelhante a dos reinos africanos, ou seja, o poder centrado na mão de uma liderança. O primeiro líder de Palmares foi Gunga Zumba, que posteriormente por substituído por Zumbi, a liderança mais conhecida entre os quilombolas, e principal agente de organização da resistência local.
Palmares assumiu um caráter próspero, o que foi considerado uma ameaça para a organização da colônia. Tanto no sentido econômico, quanto no sentido de que muitos escravos sentiam-se tentados a fugir para lá, provocando esvaziamento das senzalas.
Diversas expedições foram organizadas para dar fim ao quilombo. Entretanto, o governo colonial só obteve sucesso em 1695, quando o bandeirante Domingos Jorge Velho, já experiente no extermínio de índios, junto de muitos homens, investe contra o local, que finalmente foi destruído.
Em 20 de novembro daquele ano, Zumbi caiu em uma emboscada de onde só saiu morto.
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