Red List Brasil: saiba quais objetos culturais estão sob risco de tráfico
Atual ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou de um evento e falou sobre o assunto.
Na noite da última terça-feira, 14, foi lançado pelo Conselho Internacional de Museus (Icom), no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, a Red List Brasil. Ela também será conhecida como Lista Vermelha e é uma publicação que reúne os objetos culturais mais sujeitos à retirada ilícita do país e de comercialização ilegal no mercado internacional. Brasil se torna o 20º país ou região a ter uma Red List de objetos culturais em risco.
A atual ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou do evento e falou sobre o assunto.
“Esse é um dos maiores desafios: combater o tráfico ilícito dos nossos bens culturais”, disse durante sua fala no evento. Segundo ela, este tipo de tráfico é um dos que mais movimenta dinheiro no mundo.
A ministra ainda complementou: “A frequência com que os bens culturais brasileiros são ilegalmente retirados do país, além de suas especificidades, justificou a elaboração da Red List Brasil. O Brasil ocupa o 26ª lugar na lista de países com maior número de objetos culturais roubados e tem uma taxa de recuperação muito baixa. O tráfico ilícito de bens culturais é um prejuízo imenso para o Brasil, porque mexe com o testemunho do processo civilizatório do nosso povo. Cuidar da memória e fortalecer nossa história é um registro do mapa da nossa evolução cultural”.
Cerca de 974 bens culturais são procurados após terem sido roubados ou furtados.
Da mesma lista, apenas 48 já foram recuperados.
Lista vermelha no Brasil
A Red List levou oito anos para ser feita no país. Ela incluiu cinco categorias que são mais visadas pelos traficantes: arqueologia; arte sacra e religiosa; objetos etnográficos; paleontologia; livros, documentos, manuscritos e fotografias. Cada uma dessas categorias tem imagens que ilustram objetos que poderiam atrair traficantes, tais como cocares indígenas, urnas funerárias pertencentes a comunidades indígenas, objetos de rituais de origem africana e até uma escultura em terracota de Nossa Senhora da Conceição.
A Lista Vermelha brasileira foi lançada em português e inglês e, em breve, deverá ser lançada em outras línguas, como o espanhol, sueco e francês. A publicação da mesma será distribuída às autoridades policiais e alfandegárias do mundo todo para que elas consigam identificar as peças brasileiras mais ameaçadas pelo tráfico.
Comentários estão fechados.