Refeição fora consome até 70% do salário mínimo após pandemia
Segundo uma pesquisa publicada em abril de 2022, o almoço teve um aumento de 17,4% em comparação aos anos anteriores.
Se alimentar fora de casa ficou mais caro para o trabalhador assalariado brasileiro. Consumindo absurdos 70% dos seus rendimentos mensais, torna-se inviável sobreviver com um salário mínimo. Em dezembro de 2019, a alimentação fora de casa já não era muito acessível, visto que para comprar a refeição principal, era preciso gastar no mínimo R$ 34,62, segundo pesquisa realizada na época pela ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador).
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Atualmente, a situação, que já estava “azeda”, piorou. Segundo a pesquisa atualizada da ABBT em abril de 2022, o almoço teve um aumento de 17,4% em comparação aos anos anteriores. Durante a crise sanitária, com a economia mundial abalada, se alimentar fora chegou a custar R$ 40,64, levando em consideração uma alimentação modesta composta por comida e bebida.
Assim, o reajuste salarial no começo do ano para 1.212 reais mensais (sem descontos) não comporta uma alimentação fora de casa. O simples cálculo de multiplicar os 22 dias úteis do mês pelo valor médio apontado na pesquisa da ABBT nos mostra que, para realizar a refeição uma vez no dia, o trabalhador gastaria o total de R$ 893,64, o que equivale a 70% do salário mínimo, sobrando somente 30% para todo resto: transporte, moradia, refeições intermediárias em casa, despesas básicas, entre outros.
O famoso PF brasileiro (Prato Feito) teve um aumento de R$ 30,59 em 12 meses, podendo o custo ser ainda maior no Sul do país devido aos impostos inclusos. Outros estilos de alimentação como pratos “executivos”, self-service e a la carte podem custar até R$ 64,83 por pessoa.
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