Refugiados ministram cursos online para garantir renda em meio à crise
Conheça o Migraflix, OpenTaste e Abraço Cultural, projetos que têm ajudado refugiados e imigrantes em meio à crise do novo coronavírus. Por meio deles, imigrantes e refugiados oferecem cursos e workshops online sobre a cultura local de seus países.
Com a crise econômica advinda da pandemia do novo coronavírus, diversos refugiados e estrangeiros sofreram com os cortes e perderam seus empregos. Como forma de garantir a renda, eles encontraram a oferta de workshops e cursos online. O Migraflix, Projeto OpenTaste e a organização Abraço Cultural são exemplos de instituições que têm ajudado imigrantes e refugiados em diversos locais do Brasil.
O casal de venezuelanos Rosalva Cardona e Lester Silva, no Brasil desde 2015, trabalhavam com buffet para eventos, mas os serviços foram suspendidos pela quarentena. Como alternativa de renda, eles começaram a dar palestras online de culinária venezuelana, dentro da iniciativa da startup social Migraflix.
“Com as palestras online, as pessoas podem conhecer e aprender a culinária de outros países em casa, agora que têm mais tempo para isso. A gente pode explorar uma ferramenta que vai ser muito mais usada agora, depois desta pandemia, vamos poder espalhar nossa cultura e culinária e aprender com a prática essas novas técnicas de ensinamentos”, explicou Rosalva.
Migraflix
Criada em 2015, O Migraflix é uma organização não-governamental sem fins lucrativos que visa integrar refugiados e imigrantes social e economicamente. Além de promover importantes trocas culturais no ambiente virtual, a startup têm colocado em prática projetos de renda dessas pessoas.
Mais de 3000 pessoas já participaram dos workshops culturais promovidos pelo Migraflix. Por valores baixos e acessíveis, o público têm acesso a experiências culturais autênticas oferecidas por refugiados e imigrantes, por meio da dança, poesia, gastronomia e música.
Com a proliferação do covid-19, inúmeros imigrantes e refugiados fecharam empresas, perderam seus empregos e foram até mesmo desalojados por não conseguirem pagar o aluguel. O dinheiro dos cursos e workshops têm sido a única fonte de renda de muitos.
Projeto OpenTaste
O projeto OpenTaste, idealizado pela refugiada síria Joanna Ibrahim, consistia em um espaço físico que recebia chefs de diferentes nacionalidades, imigrantes e refugiados, para cozinhar seus pratos típicos. No entanto, com a pandemia, os chefs passaram a compartilhar seus conhecimentos por meio de aulas virtuais de gastronomia.
Segundo Joanna, o objetivo da iniciativa é ajudar as famílias a gerarem renda e contribuir com o isolamento social, evitando a disseminação do vírus. Todos os chefs são imigrantes e refugiados de diversos países que viram no Brasil uma opção de fuga da guerra e da miséria.
Abraço Cultural
A organização não governamental Abraço Cultural oferece cursos de idiomas — inglês, espanhol, francês e árabe — e oficinas culturais, com professores refugiados e imigrantes em situação de vulnerabilidade.
Devido ao isolamento social, as aulas presenciais foram substituídas por aulas online ao vivo. Segundo a diretora executiva da entidade, Mariângela Garbelini, os professores receberam capacitação, computadores e todas as ferramentas necessárias para o bom funcionamento das aulas. A experiência tem dado certo e permitiu a expansão do projeto.
Por meio dos projetos apresentados, esse momento de quarentena pode ser aproveitado para ampliação de repertório cultural, culinário e linguístico.
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