Regiões norte-americanas em que as mulheres ganham mais que os homens
Morgantown, a terceira maior cidade do Estado da Virgínia, é uma das poucas no país onde as mulheres possuem um salário maior do que os homens.
O instituto de pesquisa e debate norte-americano Pew Research Center analisou dados do censo dos Estados Unidos e verificou que Morgantown, a terceira maior cidade do Estado da Virgínia, é uma das poucas no país onde as mulheres possuem um salário maior do que os homens.
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Na cidade, a média salarial do gênero feminino trabalhando em tempo integral é 14% maior que a dos homens. Ademais, Morgantown ocupa a segunda posição no ranking das 10 regiões metropolitanas norte-americanas onde as mulheres com menos de 30 anos recebem salários maiores. A primeira posição fica com a cidade de Wenatchee, em Washington.
A diferença salarial entre os gêneros ainda é grande. Quando falamos da nação em geral, a disparidade é de uma média salarial masculina 18% maior que a das mulheres. Entre as 250 regiões metropolitanas analisadas, os salários das mulheres são melhores apenas em 22.
Alguns fatores explicam os motivos pelos quais as mulheres ganham mais que os homens nessas regiões. O pesquisador sênior do Pew Research Center, Richard Fry, fez um relatório sobre o assunto.
Segundo o autor, o fator preponderante é a educação. “Nas regiões metropolitanas onde as mulheres jovens têm uma vantagem educacional maior, a desigualdade salarial tende a ser menor”, afirma ele. “Os diplomas universitários tendem a aumentar os ganhos, reduzindo a disparidade salarial”, destacou.
Essa variação explica, pelo menos em parte, os motivos pelos quais as regiões da Virgínia estão na lista de 10 regiões metropolitanas com os maiores salários do gênero feminino do país, ainda que no restante do país a disparidade econômica seja tão grande entre homens e mulheres.
“Morgantown é uma cidade universitária”, afirma Fry, “da mesma forma que Gainesville, na Flórida… entre as 22 regiões metropolitanas onde há paridade ou melhores salários para as mulheres, muitas abrigam grandes universidades”, disse.
Conforme o pesquisador, a região possui uma alta demanda de empregos que tem como características maiores salários. Além disso, aquelas mulheres que ficam na região após se formarem tendem a receber salários maiores devido às suas “vantagens educacionais”.
O fator educacional é também o que impulsiona a cidade de Wenatchee, que fica no Estado de Washington, para o topo da lista. Nessa região, a média salarial feminina é 120% maior do que a masculina. “Em Washington, acredito que 60% das mulheres tenham diploma universitário”, diz Richard. “Por isso, estamos realmente falando de uma força de trabalho de mulheres jovens com boa formação em Washington.”
Outro ponto de importante influência na diferença salarial é o tipo de emprego e as indústrias que dominam algumas regiões geográficas. Em Wenatchee, o segundo local que mais emprega são as escolas locais, e estudos mostram que, nos Estados Unidos, 75% dos empregos na área da educação são ocupados pelas mulheres.
Já quando vamos até as indústrias, as mulheres ocupam menos de 30% dos cargos. Por isso, em muitas regiões metropolitanas, que possuem as maiores disparidades salariais, as fábricas se consolidam como os principais empregadores da região.
“A região metropolitana com a maior disparidade salarial é Elkhart-Goshen, no Estado de Indiana, onde as mulheres jovens ganham apenas 67% do salário dos homens”, afirma Richard. “Ela é conhecida como a ‘capital mundial dos trailers’”, conclui.
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