Estudo traça relação entre uso de aplicativos de namoro e incidência de distúrbios alimentares

Pesquisa afirma que pessoas mais ativas em aplicativos de paquera têm uma maior probabilidade de desenvolver distúrbios alimentares. Veja por quê.

Segundo pesquisa publicada no Journal of Eating Disorders (Jornal de Distúrbios Alimentares, em tradução livre), é possível correlacionar o uso de aplicativos de namoro com o desenvolvimento de distúrbios que estão ligados à alimentação. O motivo para a criação do estudo foi a preocupação com distúrbios de autoimagem e como eles podem afetar a alimentação e o psicológico dos usuários dessas redes sociais. Saiba mais sobre a pesquisa e suas conclusões.

Aplicativos de namoro e distúrbios alimentares

O estudo, proposto pela autora Jade Portingale, foi criado para elucidar as razões para o desenvolvimento ou agravamento de distúrbios alimentares e qual é a sua relação com o uso de aplicativos de paquera. Entre as principais razões, vemos a necessidade de compreender as problemáticas envolvidas no uso frequente de uma rede social dominada pela aparência, excesso de informação e constante comparação e competição entre os usuários.

Por esse motivo, embora o objetivo seja nobre – encontrar um grande amor ou criar novas conexões –, também há problemáticas que podem implicar em problemas de autoestima e no surgimento de uma relação destrutiva com a comida, especialmente em pessoas que não correspondem ao padrão midiático.

Dessa forma, estudo chegou a algumas conclusões:

Objetivo do estudo

Portingale, membro do Laboratório de Distúrbios Alimentares da Universidade de Melbourne, relata que se for possível comprovar traços psicológicos comuns que exacerbam o risco de distúrbios mais frequentes em usuários assíduos de aplicativos de namoro e/ou se as motivações para o uso forem associados ao aumento do risco de transtorno alimentar, então será possível abrir novos caminhos para intervenção e programas de prevenção.

Como a pesquisa foi realizada?

Para o estudo, foram selecionados 690 jovens dispostos a colaborar com uma pesquisa transversal, com idade média de 20 anos. Eles responderam questionários sobre uso de aplicativos de paquera e sintomas de distúrbios alimentares. Depois, completaram avaliações e escalas de traços frequentemente relacionados à alimentação desregular, como a sensibilidade e o medo da rejeição devido à aparência física, posição social e desregulação emocional.

Quais os resultados do estudo?

40% dos voluntários relataram ser usuários do Tinder.

Percebeu-se, com base em análise dos resultados, que os participantes que relataram uso de aplicativos de namoro declararam mais sintomas de portadores de distúrbios alimentares, quando comparados aos não usuários.

E entre os usuários de aplicativos, quais as constatações?

Ao se comparar usuários de apps, formulou-se perguntas sobre as motivações para uso da rede de paquera. A partir disso, foram determinados dois grupos: o grupo dos que utilizavam para divertir-se e os que utilizavam para facilitar a comunicação e validar a autoestima. O segundo grupo se identificou mais com sintomas de distúrbios alimentares.

Discussão

A pesquisa chegou à conclusão de que o uso prolongado de aplicativos de namoro e paquera pode exercer uma pressão sociocultural baseada na aparência física e, por isso, distúrbios como estes podem ser estimulados.

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