Revolta de Beckman
A Revolta de Beckman foi um conflito ocorrido no estado do Maranhão no século XVII.
O que foi a Revolta de Beckman? Também conhecida como Revolta dos Irmãos Beckman ou Revolta de Bequimão, a Revolta de Beckman foi uma revolta de comerciantes nordestinos contra a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão. Tal Companhia foi criada com o intuito de promover o desenvolvimento econômico da região.
Iniciada em 1684 até 1685, é considerada um movimento nativista (ocorrido de forma isolada).
Onde ocorreu a Revolta de Beckman?
A Revolta de Beckman ocorreu na região nordeste do Brasil, no Estado do Maranhão.
Resumo da Revolta de Beckman
O Brasil enfrentou inúmeras invasões em seu período colonial e uma delas foi a invasão holandesa, no nordeste do país.
Com a saída dos holandeses, a crise do açúcar se seguiu e a região nordeste se tornou um local de estagnação econômica.
Muitos estados ficaram extremamente pobres e um deles foi o estado do Maranhão. Com o intuito de melhorar a economia do local, a Coroa Portuguesa cria, em 1682, a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão.
Essa Companhia tinha a tarefa de comprar os produtos agrícolas da região, além de vender produtos manufaturados e fornecer escravos à elite colonial.
Os proprietários de terras e os jesuítas conflitavam entre si devido à escravização dos nativos. Por isso, o tráfico de escravos para a região iria resolver o conflito.
O intuito da Companhia era resolver os problemas de escoamento da produção e de fornecimento de produtos europeus para a região.
Entretanto, a Coroa Portuguesa não cumpriu com o combinado e não forneceu a quantidade de escravos necessária à elite. Com isso, o conflito entre os jesuítas e a elite se aprofundou, pois os primeiros não permitiam a escravização dos indígenas.
Além disso, o governo português pagava valores muito baixos pelas produções dos proprietários de terras e enviava à região manufaturas de má qualidade com preços altos.
Desse modo, a insatisfação da população foi aumentando com o passar do tempo.
Então, em 1684, inicia-se a Revolta de Beckman, comandada por dois irmãos senhores de engenho da região do Maranhão,Tomás e Manuel Beckman.
A revolta teve início no dia 24 de fevereiro de 1684, em São Luís. Nesse mesmo dia ocorria uma procissão religiosa na cidade.
Os revoltosos dominaram os guardas que protegiam a Casa de Estanco. A cidade de São Luís foi dominada pelos rebeldes que formaram um governo chamado de Junta Geral de Governo, comandada por Tomás Beckman, João de Sousa de Castro e Manuel Coutinho.
O novo governo depôs o capitão-mor do estado, expulsou os jesuítas e aboliu a Casa de Estanco. Ele era composto por diferentes grupos, como os cidadãos comuns, clérigos e a elite.
Os líderes tentaram dominar outras regiões do Estado, mas não receberam apoio. Há relatos que afirmam que o comando da Revolta foi se enfraquecendo por conta de Manuel Beckman, dono de uma personalidade considerada controladora.
No ano de 1685 os portugueses enviam uma esquadra a São Luís e recuperam o comando da cidade sem muitas dificuldades.
Gomes Freire de Andrade, enviado pela Coroa Portuguesa, se torna o novo governador do Maranhão.
Ele mandou prender os envolvidos e ditou as punições. Foram condenados à forca, Manuel Beckman e Jorge de Sampaio de Carvalho. Já Tomás Beckman e Eugênio Ribeiro Maranhão foram presos, e Belquior Gonçalves foi açoitado e exilado para Portugal.
O fim do conflito contribuiu para que os jesuítas permanecessem explorando a mão de obra indígena. A Companhia de Comércio do Maranhão foi extinta e a proibição em relação à escravização dos indígenas foi revista pela Coroa Portuguesa.
Uma nova lei começou a vigorar em 1688, criando critérios para a escravização dos indígenas que se manteve até 1757.
Causas da Revolta de Beckman
As principais causas da Revolta de Beckman foram:
- Insatisfação dos comerciantes, proprietários rurais e população em geral com a Companhia de Comércio do Maranhão;
- Contestavam os preços pelos quais a Companhia pagava por seus produtos;
- Altos preços cobrados pelos produtos manufaturados vindos da metrópole;
- Péssima qualidade dos produtos que chegavam à região;
- Falta de mão de obra escrava.
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