Roma Antiga
A Roma Antiga nasceu de uma pequena aldeia e se tornou um dos maiores impérios da Antiguidade.
A cidade de Roma, atual capital da Itália, originou-se em pequena aldeia e se tornou um dos maiores impérios constituídos no período da Antiguidade.
Localizada na Península Itálica, foi influenciada por diferentes culturas. Diversos povos contribuíram para a formação desse império. Destacam-se os etruscos, gregos, latinos e sabinos.
Roma foi o centro da vida política e econômica da região e os romanos foram considerados o povo mais importante e influente da civilização ocidental.
Fundação de Roma – Lendas
A fundação de Roma é marcada por diversas lendas. A mais conhecida é a que envolve os irmãos Rômulo e Remo, descrita por Virgílio em sua obra Eneida.
De acordo com o poeta, os romanos são descendentes do herói troiano Eneias. Ele fugiu para a Itália após a destruição da cidade de Troia que havia sido invadida pelo povo grego por volta de 1400 a.C.
Quando chegou na Itália, Eneias criou uma cidade chamada Lavínio. Teve um filho que criou um reino chamado Alba Longa.
Numitor, rei de Alba Longa e pai da princesa Rea Sílvia, possuía um irmão chamado Amúlio que promoveu um golpe de Estado contra Numitor. Amúlio tomou o trono e destinou a princesa à castidade, para que Numitor não viesse a ter descendência.
Contudo, Marte desposou Rea Sílvia que deu à luz a Rômulo e Remo. Ao saber do nascimento dos gêmeos, Amúlio ordenou que as crianças fossem jogadas no Rio Tibre.
Eles foram encontrados por uma loba às margens do rio que cuidou e amamentou os irmãos por um tempo até que eles foram encontrados por um camponês, Fáustulo. Com a ajuda de sua esposa, os gêmeos foram cuidados pelo casal.
Quando chegaram à vida adulta, por volta de 753 a.C., eles retornaram à Alba Longa, destituíram Amúlio do trono e decidem criar a cidade de Roma.
Após desavenças entre os irmãos sobre a construção da cidade, Rômulo assassina Remo e se torna o primeiro rei de Roma.
Fundação de Roma – Fontes Históricas
Segundo os historiadores, a região da Península Itálica era habitada principalmente por latinos e sabinos que sofriam com muitas invasões etruscas.
Com isso, a fundação de Roma se deu a partir de uma construção fortificada erguida por esses povos com o intuito de resistir a invasões do povo etrusco.
No entanto, esse povo conseguiu dominar a região por volta do século VII a.C. Foi a partir da fixação desses deles na região da Península Itálica que se iniciou a civilização romana, cuja região chegou a ser um grande império.
Leia mais: Fontes históricas
Monarquia Romana (753 a.C.-509 a.C.)
A Monarquia Romana (753 a.C.-509 a.C.) era constituída por três classes sociais:
- Patrícios: Classe dominante integrada pela nobreza e por grandes e médios proprietários de terras. Era a única classe que participava das decisões políticas.
- Clientes: Eram dependentes dos patrícios que lhes davam um pedaço de terra em troca de serviços.
- Plebeus: A maioria da população romana se concentrava nessa classe. Formada por camponeses, artesãos, comerciantes e pequenos proprietários. Eram sujeitos livres, mas não tinham direitos políticos, ou seja, não eram cidadãos mas pagavam impostos.
Já existia a escravidão nesse período, mas não era um fator determinante para a economia romana.
A monarquia romana foi dirigida por sete reis (alguns realmente existiram, outros são apenas lendas). O rei era eleito pelos patrícios, tinha mandato vitalício e exercia funções executivas, judiciárias e militares.
O Senado Romado era uma importante instituição política composto pelos patrícios. Aconselhavam o rei e tinham o poder de negar as leis apresentadas pelo monarca.
O rei era auxiliado pela Assembleia Curiata,que elaborava as leis, preparava os recursos jurídicos e validava a eleição do rei. Ela era composta por chefes de família do povo. Em alguns momentos a Assembleia Curiata obteve mais poder que o Senado.
Durante o governo dos três últimos reis etruscos, os patrícios tiveram seu poder político limitado. Em 509 a.C., por meio de um golpe do Senado, composto em sua maioria por aristocratas, o domínio político etrusco e a monarquia romana chegam ao seu fim. Inicia-se, então, o período republicano.
República Romana (509 a.C.-27 a.C.)
A República Romana foi instituída a partir da decisão do Senado, a instituição política mais poderosa, em substituição ao rei. Os membros continuaram a ser os patrícios, com poderes vitalícios que decidiam sobre questões políticas e militares.
A Assembleia Curiata teve seus poderes restringidos a atividades religiosas. Já a Assembleia Centuriata, composta por patrícios (maioria) e plebeus, ganhou poder de decisão, elegendo magistrados. Na magistratura os cargos tinham funções definidas:
- Cônsules: Era o posto mais importante da magistratura pois exercia o poder executivo;
- Pretores: Cumpriam as determinações da justiça;
- Censores: Responsáveis pelo censo e pela manutenção da ordem pública;
- Edis: Responsáveis pela conservação pública, policiamento e abastecimento da cidade;
- Questores: Desempenhavam funções administrativas.
Como o poder se concentrava nas mãos dos patrícios, a exploração sobre os plebeus aumentou, gerando revolta nos mesmos. A república romana se destacou pela luta entre essas duas classes, pois os patrícios não abriam mão de seus privilégios.
Um produto das lutas sociais entre plebeus e patrícios foi um cargo de magistratura denominado de Tribuna da plebe, que possuía o papel de defender os direitos dos plebeus.
Com isso, no período compreendido entre 449 a.C. e 287 a.C., os plebeus organizaram diversas revoltas e por consequência obtiveram várias conquistas. Além da tribuna da plebe, as Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuleia, foram medidas que praticamente igualaram as duas classes.
A expansão Romana
A expansão romana se destacou no período republicano que foi caracterizado como um momento de conquista e expansão do território. Roma deixou de ser uma cidade-Estado para se tornar um vasto império, dominando outros povos.
A ampliação do território romano teve duas fases distintas: a primeira consistiu na conquista interna da Península Itálica e a segunda foi marcada pela conquista das regiões em torno do Mar Mediterrâneo.
Crise da República Romana
A crise da república romana se deu com o fim da pequena propriedade e o fortalecimento do latifúndio. A utilização cada vez maior de mão de obra escrava no campo obrigou os camponeses e pequenos proprietários de terras a buscarem melhores condições de vida em Roma.
O aumento da população na cidade gerou diversos problemas, pois ela não tinha a capacidade de abrigar um número tão alto de pessoas. Estima-se que por volta de 50 a.C. a população de Roma girava em torno de 900 mil a 1 milhão de habitantes.
Essa realidade gerou diversos problemas de abastecimento de alimentos, saneamento, higiene e habitação.
Além disso, o número de pessoas escravizadas era maior que o de homens livres. A violência contra essas pessoas gerou diversas revoltas. A principal foi a liderada por Espártaco em 73 a 71 a.C. que ameaçou o poder de Roma.
Visando resolver a situação, em 60 a.C. o Senado indica três líderes para desempenhar funções políticas no consulado, foram eles Pompeu, Crasso e Júlio César. A união dessas forças compuseram o Primeiro Triunvirato.
O Segundo Triunvirato foi constituído após o assassinato de Júlio César, composto por Marco Aurélio, Otávio Augusto e Lépido.
Após disputas internas de poder entre os três componentes do segundo Triunvirato, Otávio acabou assumindo o poder em Roma. Sua vitória significou o fim da República e o início do Império Romano.
Império Romano (27 a.C.-476 d.C.)
Após a instauração do Império Romano, os conflitos políticos internos e sociais acabaram. O sistema escravista foi ampliado e se consolidou, contribuindo para o crescimento do Império. No século III d.C. a escravidão começou a se esgotar, levando o fim do Império Romano em 476 d. C.
Otávio passou a se chamar Otávio Augusto (augusto é um título dado aos deuses), exerceu seu governo de forma centralizada, apossando-se de todos os poderes. Desempenhou a função de chefe religioso, tribuno vitalício, princeps senatus (primeiro senador e cidadão) e imperador.
Aumentou a distribuição de pão e trigo e o entretenimento da população. Essa prática ficou conhecida como a política do pão e circo.
Os principais imperadores que sucederam Otávio Augusto foram:
- Tibério (14 d.C.-37 d.C.)
- Calígula (37 d.C.-41 d.C.)
- Nero (54 d.C.-68 d.C.)
- Tito (79 d.C.-81 d.C.)
- Trajano (98 d.C.-117 d.C.)
- Adriano (117 d.C.-138 d.C.)
- Marco Aurélio (161 d.C.-180 d.C.)
Decadência do Império Romano
A decadência do Império Romano ocorreu a partir de 235 d.C., período em que começou a ser governado por imperadores-soldados. O principal objetivo era combater as invasões de povos estrangeiros.
No período de meio século (235 d.C.-284 d.C.), Roma foi governada por 26 imperadores, sendo que 24 desses foram assassinados.
A morte de Teodósio em 395 d.C. fez com que o Império Romano fosse dividido entre seus filhos Honório e Arcádio. Honório se responsabilizou pelo Império Romano do Ocidente, com a capital em Roma e Arcádio ficou responsável pelo Império Romano do Oriente, com a capital em Constantinopla.
Em 476 d.C. o Império Romano do Ocidente se desintegra e o então imperador Rômulo Augusto é deposto. De acordo com os historiadores, esse momento é o marco que divide a Antiguidade da Idade Média.
Dessa maneira, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteve até 1453.
Saiba mais em:
- Idade Antiga – Quando foi, principais povos e civilizações, cronologia
- Plano de aula sobre Império Romano e Imperadores
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