Rover Perseverance da NASA encontra compostos orgânicos em cratera
Não perca as esperanças! O robô encontrou rochas com moléculas orgânicas na superfície de Marte. Veja o que isso significa.
O rover Perseverance, uma criação da NASA, encontrou recentemente indicações de compostos orgânicos em rochas da cratera Jezero. Infelizmente isso não é suficiente para dizer que há algum tipo de “vida” neste descobrimento, já que uma variação nos fenômenos geológicos tem a capacidade de facilitar a química em relação ao carbono. Entenda.
Por meio destes compostos, é possível descobrir mais sobre as águas do planeta Marte e se poderia ou não haver algum tipo de vida no planeta. Os compostos encontrados mostram evidências de processos aquáticos, que podem gerar uma química orgânica. Também é possível encontrar pequenas quantidades de compostos de carbono, segundo as análises feitas até então. Veja um pouco mais sobre este episódio.
Descobrimento dos compostos orgânicos
Há séculos, a cratera Jezero era um ambiente muito mais úmido do que se mostra atualmente, contudo ainda é possível encontrar alguns vestígios do antigo rio que ali existia. A mistura da água e das rochas da cratera podem resultar em compostos orgânicos.
Os cientistas acreditavam que grande parte das rochas era sedimentar, mas pode não ser bem assim. Graças às imagens do Perseverance, eles puderam constatar que o fundo da cratera era vulcânico. A equipe de cientistas envolvidos neste episódio conduziu uma sondagem das rochas ígneas por meio do Scanning Habitable Environments with Raman and Luminescence for Organics and Chemicals (SHERLOC), instrumento presente no rover.
Por meio desta sondagem, a equipe de cientistas identificou que o contato constante das rochas com a água teria alternado o estado delas. Dois tipos de alteração foram encontrados durante a sondagem. Ambas levam os cientistas a deduzir que estas alterações aconteceram em ambientes e em épocas diferentes.
Quais são os tipos de alterações encontrados?
A primeira mudança é com a água em estado líquido, que deu origem aos carbonatos em rochas ígneas há cerca de 3,8 a 2,7 bilhões de anos. Já a segunda diz respeito à água salgada que produziu há cerca de 2,6 a 2,3 bilhões de anos, em contato com as rochas, misturas de sulfato-perclorato.
“Coletivamente, os dados mostram que as amostras coletadas pelo Perseverance do fundo da cratera Jezero provavelmente contêm evidências de carbonatação e formação de sulfatos e percloratos”, redigiram os cientistas em seu artigo.
O Perseverance também coletou amostras das rochas para, caso algum dia haja uma missão de volta à Terra.
“Espero que um dia estas amostras possam ser devolvidas à Terra para que possamos observar as evidências de água e possível matéria orgânica e explorar se as condições eram adequadas para a vida no início da história de Marte“, afirmou o geoquímico Mark Sephton.
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