Os Setores da Economia e suas características

A economia constitui a representa os fenômenos sociais relacionados e captação e circulação de recursos materiais e financeiros voltados ao desenvolvimento das sociedades, das estruturas e das pessoas.

A economia constitui a representa os fenômenos sociais relacionados e captação e circulação de recursos materiais e financeiros voltados ao desenvolvimento das sociedades, das estruturas e das pessoas. Essa área do conhecimento costuma ser subdividida em diversos setores, classificados conforme a função que eles exercem ao longo da cadeia produtiva, desde a produção de matérias-primas até o consumo direto. Nesse sentido, existem atividades, práticas e bens que pertencem a todos esses setores, enquanto outros elementos incluem-se em apenas um.

O modo mais comum de se classificar as atividades econômicas é o de dividi-las em três tipos – o que é, inclusive, adotado oficialmente por instituições como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ONU (Organização das Nações Unidas), dentre outras. Esses tipos são: o setor primário, o setor secundário e o setor terciário. Em algumas abordagens, existe também um setor quaternário para referenciar o setor de serviços, mas nas classificações oficiais, ele aparece incluído no setor terciário junto com o comércio.

SETOR PRIMÁRIO

O setor primário é o setor de produção das matérias primas e também de produtos primários, isto é, aqueles que são consumidos diretamente, sem passar por nenhum tipo de transformação industrial ou manufaturada. Portanto, esse setor da economia envolve o extrativismo vegetal, animal (caça e pesca) e mineral, além de incluir também a prática da agricultura (cultivo de vegetais) e da pecuária (criação de animais para fins não domésticos).

Essa área da economia é considerada a de primeiro desenvolvimento na história da humanidade, sendo praticada de forma mais incisiva com o desenvolvimento da agricultura no período Neolítico, o que formou as bases para a constituição das primeiras civilizações. Atualmente, existem muitos países que possuem a maior parte de suas economias centradas no setor primário, uma marca dos territórios mais subdesenvolvidos do planeta.

Ter uma economia dependente da produção e exportação de matérias-primas é considerado problemático sob muitos aspectos, em virtude de suas desvantagens, a saber: a) grande dependência climática, o que torna o desenvolvimento vulnerável a secas ou a catástrofes ambientais; b) baixo valor de exportação, o que demanda uma grande quantidade de produtos exportados para poder equilibrar a balança comercial; c) má remuneração dos trabalhadores, sobretudo em países onde o desenvolvimento humano é baixo e as leis trabalhistas não são corretamente aplicadas no meio rural; d) maior custo na importação de produtos industrializados, o que eleva a dependência financeira, principalmente para com países que dominam tecnologias de ponta.

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Por isso, embora o desenvolvimento do setor primário seja necessário ao crescimento de qualquer país ou território, depender exclusivamente ou primordialmente dessa atividade é um índice dentre os vários existentes para apontar uma relação de subdesenvolvimento. O importante, nesse caso, é diversificar as atividades econômicas e investir no maior aproveitamento das tecnologias estruturais.

SETOR SECUNDÁRIO

O setor secundário constitui a atividade de transformação de matérias primas e produtos primários, incluindo o aproveitamento de recursos naturais para a obtenção de energia ou a sua inserção em algum modo de produção. Portanto, esse setor inclui a atividade industrial e a produção de energia. Por convenção, também inclui-se nessa tipologia a construção civil, que é definida como uma espécie de indústria.

A atividade industrial, principal cerne do setor secundário, possui um longo tempo de existência, sendo originalmente formada nas linhas de produção manuais, em uma espécie de “evolução do artesanato”. No entanto, sua concepção mais produtiva e sistematizada passou a ocorrer no século XVIII, com a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra.

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Originalmente, somente os países mais desenvolvidos eram considerados industrializados (países de industrialização clássica), como Inglaterra, França e algumas regiões dos Estados Unidos. Mais tarde, os países de economia planificada, autodenominados socialistas, também se desenvolveram no âmbito do setor secundário, o que mais tarde se estendeu aos países capitalistas subdesenvolvidos e emergentes. O Brasil, por exemplo, é considerado um país de industrialização tardia ou recente, pois apenas no decorrer do século XX que ele conseguiu centrar a sua economia nesse setor, acompanhando outros territórios de mesmo perfil, como Turquia, México, Argentina e tantos outros.

SETOR TERCIÁRIO

O setor terciário é considerado o setor do comércio e dos serviços e engloba, portanto, a comercialização de um produto primário ou de um produto industrializado. Dessa forma, comerciantes, profissionais liberais (professores, advogados, médicos, etc.) e prestadores de serviços estão incluídos nessa área das atividades econômicas. Seu surgimento é anterior ao do desenvolvimento industrial e ocorreu a partir do momento em que as atividades agrícolas começaram a gerar excedente, de modo que os diferentes povos passaram a negociar e a realizar trocas entre si. A invenção do dinheiro, obviamente, intensificou essa prática, a ponto de fazer surgir, ao final da Idade Média, uma forma inicial da Capitalismo centrada nesse setor, o Capitalismo Comercial.

Atualmente, com o processo de mecanização da agropecuária e da indústria – o que acarreta na substituição do trabalhador pelas máquinas – a maior parte da força de trabalho e das vagas de empregos é destinada ao setor terciário que, não obstante, também abrange o setor informal. Esse processo – chamado de terciarização da economia – é latente em países desenvolvidos, que atualmente concentram cerca de 70% de seus trabalhadores nesse setor, o que também vem se intensificando nos países emergentes. No Brasil, segundo o IBGE, aproximadamente 60% dos trabalhadores estão empregados no setor terciário. Quando essa situação se intensifica demasiadamente, assinala-se o conceito de hipertrofia do setor terciário.

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Por Rodolfo F. Alves Pena
Mestre em Geografia

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