Startup italiana desenvolve trem que levita sobre a malha ferroviária existente

Inovação promete reduzir custos de infraestrutura e manutenção, que hoje são os principais empecilhos para a difusão da tecnologia por levitação magnética.

Na busca por meios de transporte mais rápidos, silenciosos e eficientes, a tecnologia de levitação magnética (maglev) tem sido há algum tempo sendo utilizada em alguns países como China, Japão e Coreia do Sul. Contudo, todas essas vantagens do maglev também acompanham um alto custo de implementação e manutenção, o que vem empacando a difusão dessa tecnologia mundo afora.

Visando eliminar todos esses custos, a startup italiana IronLev, fundada em 2017, apresenta uma solução inovadora que aproveita a eficiência energética e a redução de ruído típicos do maglev, mas utilizando a malha ferroviária já existente. A equipe da IronLev já havia chamado atenção por desenvolver um sistema de suspensão para a famosa competição SpaceX Hyperloop Pod, criada por Elon Musk.

Esse é o ponto crucial do projeto IronLev que a diferencia de todos os outros maglevs existente; a sua compatibilidade com a vasta rede de trilhos já existente. Além disso, o trem que eles estão desenvolvendo não precisa de eletricidade constante para levitar, o que pode reduzir drasticamente o consumo de energia.

Essa abordagem facilitaria a adoção desta tecnologia inovadora sem a necessidade de investimentos proibitivos em nova infraestrutura ou manutenção. Com mais de 1,5 milhão de quilômetros de trilhos de ferro em todo o mundo, o potencial para ampla adoção do sistema IronLev é considerável.

Um marco significativo para o projeto foi alcançado durante os testes realizados em uma seção de 2km da rota Adria-Mestre, na Itália. Nessa demonstração, um protótipo do trem, equipado com skids magnéticos, alcançou uma velocidade autolimitada de 70 km/h, provando a viabilidade e a eficácia do sistema sem necessidade de nenhuma modificação nos trilhos existentes.

Um desafio ainda a ser superado pela IronLev são os custos dos ímãs permanentes, que contêm metais de terras raras, cuja cadeia de abastecimento global é predominantemente controlada pela China, o que dificulta a expansão da tecnologia de forma rentável. Mas isso não tira o otimismo equipe, que agora está focada no desenvolvimento de um veículo de 20 toneladas capaz de atingir velocidades de até 200 km/h, visando não apenas aprimorar o transporte público, mas também contribuir para uma mobilidade urbana mais sustentável e de baixo ruído.

Embora os desafios permaneçam, a promessa da levitação passiva baseada em materiais ferromagnéticos do maglev da IronLev poderá anunciar uma nova era no transporte ferroviário, tornando o sonho de viagens de alta velocidade e baixo atrito uma realidade de nível global.

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