Superproteção: quando, em vez de ajudar, os pais acabam prejudicando os filhos
Segundo especialistas, a superproteção é o traço parental mais prejudicial para os filhos, sendo responsável por prejudicar o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Todos os pais desejam ajudar seus filhos da melhor maneira possível, mas será que alguns não estão ultrapassando os limites?
Como exemplo, durante a fase de desenvolvimento, a melhor maneira de aprender é por meio da própria experiência. Isso não é possível quando os pais supervisionam cada passo dos filhos 24 horas por dia, mesmo com as melhores intenções.
Para aprofundar e ilustrar esse assunto, descrevemos abaixo algumas atitudes de pais que podem prejudicar os filhos, em vez de ajudá-los a se desenvolver melhor. Confira!
Os perigos da superproteção
Julie Lythcott-Haims, ex-diretora de Stanford e autora do livro “Como Criar um Adulto”, acredita que o estilo de criação excessivamente protetor, dos chamados “pais superprotetores” ou “pais helicópteros”, não traz benefícios para o desenvolvimento das crianças.
De acordo com ela, “desejamos ardentemente ajudá-los, orientando-os de marco em marco e protegendo-os do fracasso e da dor. No entanto, essa superproteção só causa danos.”
Ao tentar ajudar demais os filhos, os pais os privam de desenvolver habilidades como determinação e caráter, que são necessárias para se conhecerem verdadeiramente e construírem uma vida plena.
Isso acaba gerando ansiedade e pensamentos carregados de culpa quando chegam à vida adulta, pois não têm as experiências necessárias para lidar com situações corriqueiras.
Quando os pais estão excessivamente envolvidos nas vidas dos filhos, resolvendo todos os problemas e desafios que eles enfrentam, acabam impedindo que os filhos descubram quem realmente são, como resolver problemas e como se adaptar ao mundo como adultos.
Reflexos da superproteção
O aumento dos problemas de saúde mental entre os estudantes universitários pode ser um reflexo de como os pais superprotetores pressionam seus filhos em busca de excelência acadêmica.
Em 2013, a Associação de Saúde Universitária Americana realizou uma pesquisa com quase 100.000 estudantes universitários de 153 instituições diferentes, abordando sua saúde mental no último ano. Os resultados foram alarmantes.
- 84% dos estudantes sentiram-se sobrecarregados com a quantidade de tarefas a serem realizadas;
- 60% sentiram-se muito tristes;
- 57% sentiram-se extremamente solitários;
- 51% enfrentaram ansiedade avassaladora;
- 8% consideraram seriamente o suicídio.
Lythcott-Haims enfatiza que o papel dos pais é permitir que seus filhos se tornem independentes, desenvolvendo as habilidades necessárias para cuidar de si mesmos.
Por fim, ela afirma: “Precisamos ter a certeza de que nossos filhos têm a capacidade de acordar pela manhã e cuidar de suas próprias vidas.”
Comentários estão fechados.