Toyotismo
Ao revolucionar o modelo de produção industrial, o Japão deixou de ser uma economia em dificuldades no pós-guerra tornou-se um dos principais impulsionadores do neoliberalismo.
O que é toyotismo? O sistema de produção toyotista é o modelo industrial japonês criado no período do pós-guerra que substituiu o modo de fabricação fordista e ainda está em vigência. Sua principal característica é dinamizar e flexibilizar a produção, evitando o desperdício e aumentando a eficiência.
Criado por Taiichi Ohno, Shingeo Shingo e Eiji Toyoda nas fábricas da Toyota, o método foi um dos responsáveis pela recuperação econômica do Japão e pela modernização das indústrias.
Características
O sistema tem como filosofias:
- Lean manufacturing (a redução dos gastos): Otimização do uso dos recursos, redução de defeitos e minimização de desperdício.
- Just in time (produção por demanda): A administração da produção determina quando tudo deve ser produzido, transportado, vendido, anunciado. Isso contrasta fortemente com o modelo fordista anterior, com suas extensas linhas de montagem e imensos estoques. No Toyotismo, os estoques são reduzidos ao mínimo, bem como a matéria prima parada.
- Kanban (abastecimento e controle): Esse sistema atualmente é informatizado e uma premissa para o funcionamento de qualquer indústria, mas foi revolucionário quando criado, na década de 1960. Funcionava com base em cartões que sinalizavam visualmente para fornecedores quais itens deveriam ser supridos em função do consumo. Os cartões utilizavam cores para prioridades, grelhas e fluxogramas para indicar qual matéria prima resultaria em qual produto acabado, levando em consideração o tempo, o pedido médio, o estoque de segurança. Essa facilidade dinamiza a gestão e a tomada de decisão sobre as diferentes partes do processo produtivo.
- Heijunka (nivelamento da produção): Através do estudo das demandas ao longo do mês, são repassadas às fábricas uma demanda diária constante, para que seja evitado o gargalo da superprodução, a dificuldade de escoamento, etc. A quebra das grandes tarefas em metas pequenas e o padrão repetitivo facilita que fornecedores consigam alcançar a programação planejada.
Origem
A realidade japonesa na década de 1950 era a de um mercado consumidor pequeno e uma economia frágil devido à guerra recém-terminada. Assim, seria impossível competir nos termos americanos de empresas gigantescas, com grandes espaços para estocagem, demanda constante e mão de obra mais abundante.
A redução dos gastos e a flexibilização foram os meios que Taiichi Ohno, Shingeo Shingo e Eiji Toyoda encontraram para sobreviverem neste mercado. Isso só pôde ser atingido por meio da implementação de sistemas tecnológicos nos meios de transporte e comunicação.
Esse modelo rapidamente se espalhou pelo mundo e provou-se mais eficiente do que o fordismo. A mecanização no segundo setor (indústria) e o menor número de empregados para um maior número de produtos ocasionou a migração da mão de obra para o terceiro setor (serviços) em países desenvolvidos.
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