Twitter vai pagar R$ 18 mil para quem achar erros racistas e sexistas na plataforma
Estudo do algoritmo por hackers deve beneficiar comunidade de usuários. A plataforma fez o anúncio na última sexta-feira (30/07).
O Twitter vai premiar em dinheiro quem descobrir racismo e/ou sexismo em seu algoritmo. O prêmio pode chegar a US$ 3,5 mil, o equivalente a quase R$ 18 mil.
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A plataforma fez o anúncio na última sexta-feira (30/07). Segundo a empresa, essa é “a primeira competição de recompensas desse tipo na indústria”.
Outras redes sociais também pagam por Bugs ou erros encontrados. Contudo, o processo não se trata exatamente de uma competição. Nesse ponto o Twitter inova, pois estimula de fato a busca pelas falhas em seu sistema.
Missão é encontrar erros
No caso, a “disputa” está baseada em recompensas por erros encontrados. O objetivo é encontrar distorções nos modelos de aprendizagem automática da plataforma. Não se trata de uma tarefa fácil, como a própria empresa adverte.
Os executivos do Twitter Rumman Chowdhury e Jutta Williams se pronunciaram sobre a ação. “Às vezes, as empresas tomam conhecimento de violações éticas indesejadas apenas depois que elas chegam ao público. Queremos mudar isso”.
A proposta deve reunir diversos hackers pelo mundo inteiro interessados no desafio. Se encontrarem algo no algoritmo que possibilite ou fomente ações preconceituosas, eles recebem a recompensa.
Hackers do bem
Vale ressaltar que apesar da palavra estar usualmente associada de modo negativo, a ação de hackers pode ser benéfica. Muitos programadores testam os códigos de sites a fim de encontrarem diversas falhas.
Quando encontram algo, a empresa é avisada e a solução pode ser oferecida. A atitude não costuma ser bem vista por vários empresários. Porém, através dela, a segurança da informação tem evoluído gradativamente.
Grandes nomes como Facebook e Google chegam a incentivar os hackers a testarem suas plataformas. Exatamente isso é o que está propondo o twitter neste momento.
Caso a falha seja encontrada, além do agradecimento, o hacker ainda pode levar R$ 18 mil para o bolso. A decisão foi pautada na crescente preocupação social com igualdade e respeito.
Mesmo com os insistentes esforços para inibir atitudes racistas e sexistas, ainda existem falhas. Neste ponto, vale lembrar que também há aquele hacker mal intencionado. Esse tipo de “campeonato” acaba dificultando ainda mais as atitudes criminosas no meio digital.
Outro ponto que incentiva a ação é um estudo que mostrou que o racismo estaria presente na plataforma. Pesquisadores constataram que o algoritmo favorecia mais pessoas brancas e homens.
No ano passado, o estudante de doutorado Colin Madland revelou o problema em um tweet. A plataforma de videochamadas Zoom apagava o rosto de um homem negro quando ele usava um fundo verde.
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