Motoristas e usuários reclamam de aplicativos de transporte

Demora para conseguir uma corrida e rendimento baixo estão entre as principais reclamações.

Há 7 anos a Uber estava no início de sua operação no Brasil. Nem parece que faz tanto tempo assim. Ao longo desse período, diversas inovações foram trazidas, bem como novas empresas chegaram para atuar no ramo. Ao longo desse período, algumas reclamações protagonizaram a oferta do transporte por aplicativo.

Nos últimos meses têm sido comuns reclamações de usuários do serviço. As críticas falam sobre a dificuldade em conseguir corridas pelos apps Uber e 99. As empresas são as mais tradicionais do ramo presentes no país.

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Alguns usuários relatam horas de espera até algum motorista aceitar a corrida chamada. “Tá mais fácil achar dinheiro na rua, do que um motorista que aceite a corrida”, diz uma postagem no Twitter. 

Em uma busca rápida pelo tema, é possível encontrar dezenas de reclamações recentes. Contudo, a explicação para o problema acaba sendo um pouco vaga e divergente em alguns pontos.

O motorista não é obrigado a aceitar uma corrida, embora a recusa excessiva gere penalizações. Caso um motorista recuse muitas corridas, sua pontuação dentro do app pode cair bastante. Isso faz com que ele demore mais para “subir de nível” e lucrar mais com o trabalho.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, em horários de pico está cada vez mais difícil conseguir corridas. Ainda que nesses horários o valor da taxa seja mais caro, parece que os motoristas desapareceram. É o que mostra as críticas dos usuários das plataformas Uber e 99.

O que é estranho, se pensarmos que o número de trabalhadores informais e cadastrados nos apps aumentou. Dessa forma, a oferta por motoristas deveria crescer.

Usuários se veem forçados a cancelar corridas

Alguns dos usuários acusam os motoristas de demorarem propositalmente. O motivo seria forçar o cliente a cancelar a corrida e, assim, evitar penalizações. Isso seria, pois, alguns trajetos não propõem valores atrativos que compensem o deslocamento do motorista.

Se por um lado, os passageiros reclamam da demora, por outro os trabalhadores reclamam das tarifas. O custo de vida aumentou, mas o repasse aos motoristas parece não ter acompanhado a elevação dos impostos. Por isso, ficou mais caro trabalhar dessa forma.

De acordo com alguns motoristas, o aumento dos combustíveis desestimula aceitar algumas corridas. Isso ocorre, pois o ganho pela passagem não supera o valor gasto com abastecimento.

Fora isso, com o aumento do dólar, as peças de carros tendem a ficar mais caras também. A manutenção em geral aumentou e manter um trabalho que depende do veículo próprio ficou mais difícil. 

Áreas perigosas geram mais recusas

Também existem corridas que são canceladas por receio do motorista. Isso ocorre quando o passageiro está em uma área suspeita ou que desperte insegurança no motorista.

“Os usuários estão tendo de esperar mais tempo por uma viagem porque, especialmente nos horários de pico, há mais chamados do que parceiros dispostos a realizar viagens. A demanda elevada significa que o app da Uber está tocando sem parar para os parceiros, situação em que eles relatam se sentirem mais confortáveis para recusar viagens, pois sabem que virão outros chamados na sequência, possivelmente com ganhos maiores”, diz a nota da Uber enviada ao portal Canaltech.

A resposta da 99 acompanha a mesma dada pela concorrente. “É importante observar que, desde o final de 2020, a 99 retomou o volume de corridas em 100%, quando comparada ao período antes da pandemia”, justificou à reportagem do Canaltech.

Apesar de alguns motoristas reclamarem do valor repassado pelas corridas, as empresas negam o problema. Para elas, os motivos de cancelamento assim como os ganhos têm caráter individual. Cada motorista consegue fazer uma renda própria pela plataforma e isso varia conforme o trabalho oferecido.

O jeito é esperar mesmo, ou buscar por outras soluções de transporte. Vale a pena reforçar o contato através dos canais de suporte da Uber e da 99. Ambas empresas se mostram atentas às críticas dos usuários.

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