Universidade de Oxford conclui que todos nós somos parentes e compartilhamos árvore genealógica
Pesquisadores usaram 3601 genomas modernos e oito genomas antigos como base para provar nossa ancestralidade.
Fazer sua própria árvore genealógica é uma atividade comum nos primeiros anos de escola. A ideia é começar por você e ir listando seus antepassados, os antepassados dos seus antepassados, os antepassados deles e por aí vai. Entretanto, pesquisadores da Universidade de Oxford elevaram o nível desta tarefa escolar: fizeram a árvore genealógica de toda a humanidade. Saiba mais ao longo do artigo.
Como a pesquisa foi feita e quais foram os resultados?
De acordo com esta pesquisa, todos nós somos parentes. A conclusão vem após o estudo de 3.601 genomas modernos e oito genomas antigos.
“Os seres humanos estão todos relacionados entre si”, diz Gil McVean , da Universidade de Oxford. “O que eu sempre quis fazer é ser capaz de representar a totalidade do que podemos aprender sobre a história humana por meio dessa genealogia”.
Para o pesquisador, agora há a possibilidade de construir a genealogia de todos. Desta forma, segundo ele, as pessoas podem dar descrições mais complexas de si, ao invés de falar simplesmente: “sou europeu” ou “sou africano”.
De onde viemos? Para onde vamos?
A árvore genealógica feita pro Oxford aponta que nossas raízes começam no nordeste da África. Além disso, dá pistas de que as pessoas chegaram à Nova Guiné e às Américas milhares de anos antes do que está nos registros arqueológicos.
O mais provável, de acordo com os cientistas, é de que os seres humanos se desenvolveram primeiro no continente africano – mais especificamente na região onde hoje é o Sudão. Depois, começaram as suas migrações.
Entretanto, esta teoria é considerada “simplista” por muitos arqueólogos e antropólogos. A maioria deles acredita que havia povos espalhados por toda a África, que, às vezes, eram separados ou cruzados. Desta forma, a humanidade teria não apenas uma origem, mas várias.
McVean disse que a descoberta da árvore genealógica também é compatível com esta teoria. “Há linhagens muito profundas na África que sugerem a noção de que existem populações de origem múltipla, profundamente divergentes, representando divisões realmente antigas”, completa.
Mas será?
Gil McVean acredita que há três possíveis soluções para este dilema: a primeira é de que a pesquisa está errada e segunda é de que as pessoas estiveram em outros lugares antes de estarem na África. Entretanto, a terceira explora um cenário um pouco mais complexo.
Segundo o pesquisador, as primeiras pessoas que povoaram as Américas vieram do leste da Ásia. A teoria é de que a população de onde eles vieram tenha morrido por lá. Isso significaria que, na verdade, os genes da população americana sejam variantes de pessoas que vieram da Ásia.
“Nesta longa árvore genealógica da vida…”
A trajetória completa dos seres humanos ainda está longe de ser completa. Entretanto, já sabe-se o bastante para dizer que nossos ancestrais são os mesmos se colocarmos galhos suficientes na árvore. Além disso, à medida que novos genomas são sequenciados e catalogados, a estrutura fica ainda mais abrangente.
Fonte: New Scientist
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