Uso indevido de cotas raciais no Brasil é mais frequente do que se imagina
Mais de 1.600 denúncias foram realizadas e os casos podem aumentar.
Nos últimos anos, o debate em torno das cotas raciais nas universidades tem se intensificado no Brasil. A medida tem como objetivo promover a inclusão de estudantes negros e indígenas no ensino superior, visando combater a desigualdade social e racial do país.
No entanto, as universidades brasileiras registram, em média, mais de 7 casos de uso irregular de cotas raciais por mês.
A quantidade de fraudes envolvendo cotas raciais é alarmante
Em parceria com universidades federais do país, a GloboNews fez um levantamento que revelou a quantidade média dos casos de fraude.
A fraude em números
No período que compreende o início do ano de 2020 e o final de 2022, foram reportados incríveis 271 casos de fraude de cotas. Para se ter uma ideia, essa quantidade representa mais de 7 casos mensais. Ao todo, 1.670 denúncias foram contabilizadas nesse período.
Inclusive, ainda existe a frustrante possibilidade de esses números aumentarem, visto que um terço das denúncias continuam em fase de investigação.
Casos mais comuns
De acordo com o levantamento, os casos mais comuns são fraudes cometidas por estudantes brancos que se declaram negros ou indígenas para obterem acesso às vagas reservadas. Além disso, uma prática bastante comum é a utilização de documentos falsos para comprovar a condição racial.
Em quais universidades há mais casos?
Entre as 69 universidades que participaram do levantamento, a Universidade Federal do Ceará (UFC) figura como a instituição com a maior frequência. O número impressiona bastante, são 95 casos investigados em que o uso irregular foi comprovado. Logo atrás, aparecem a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com 50 casos, e, ocupando o terceiro lugar, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentando 41.
O que acontece com quem é pego fraudando cota?
Apesar de as normas vigentes nas universidades apontarem para a exclusão imediata do aluno que utiliza cotas raciais de maneira indevida, a situação pode ser contornada. Isso porque o aluno pode recorrer à Justiça se apoiando na justificativa de a autodeclaração racial ser o fator determinante para o uso das cotas. Com isso, a Justiça autoriza a continuidade do aluno no curso optado.
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