Você usa vape? Ciência acredita que uso do dispositivo é problema para Geração Z

Especialistas acreditam que é só mais um atrativo para promover o uso de nicotina - mesmo entre quem é antitabaco

É comum que, no seu círculo de amigos, um ou dois façam uso de vape – aqueles cigarros eletrônicos que se parecem com um pen drive. Pudera, eles são feitos em formatos e cores chamativos, com sabores palatáveis, como abacaxi, morango, kiwi e até mesmo frutas vermelhas.

Mas não se engane, ainda assim o vape contém nicotina – e muita! Pesquisadores do Incor chegaram à conclusão de que quem fuma os cigarros eletrônicos ingere o equivalente a 20 cigarros convencionais. Ou seja, praticamente um maço inteiro.

Crise de saúde pública

Já é um consenso entre todos que o vape faz mal. Por isso, especialistas em saúde pública estão preocupados com seu uso e seu novo marketing cujo alvo é a geração mais jovem. De acordo com o chefe da Food and Drug Administration (FDA), a “Anvisa dos Estados Unidos”, Brian King, o primeiro passo para isso foi fazer com que eles se pareçam com objetos “fofos” ou “glamurosos”.

Justamente por sua aparência “inofensiva”, o dispositivo está rodando bem mais na mão dos mais jovens, aqueles representantes da Geração Z.
Em entrevista ao The New York Times, a jovem Alexa Addison, de 19 anos, comentou que o vape “era muito lindo”. Além dela, outros jovens comparam o dispositivo a outros objetos inofensivos como batons, brilhos labiais, chupetas e doces. E justamente isso atraiu sua atenção.

“Os sabores dão os passos seguintes. E a nicotina faz com que os jovens queiram sempre mais”, continuou King.

A ideia é mais ou menos a mesma usada para chamar a atenção de crianças para doces, aponta a psicóloga Susan Linn, também em entrevista ao New York Times. “As empresas de tabaco usam desenhos ou embalagens de cores vivas para fisgar as crianças, para fazê-las pensar que é uma coisa benigna, divertida e inofensiva para elas”, comentou.

Venda de vape é proibida no Brasil

A FDA permitiu a venda de alguns tipos de cigarros eletrônicos, porque acredita que pode ajudar adultos a abandonarem os cigarros tradicionais. No entanto, vetou a maioria dos vapes com sabor, justamente pelo apelo aos jovens. Mesmo assim, eles ainda conseguem comprá-los no mercado paralelo.

O mesmo acontece aqui no Brasil. A Anvisa proíbe a comercialização do produto desde 2009, conforme consta na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 46/2009. Porém, pela internet é possível comprá-los. E, na mão de camelôs em festas, praias ou baladas é ainda mais fácil.

De acordo com publicação da Agência Brasil, a Anvisa estipulou penalidades previstas em lei para a comercialização dos produtos. Isso vale para vendas físicas, digitais e também para publicidade.

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