Dinamarca se torna palco de uma descoberta cerebral inusitada: 10 mil exemplares conservados
Cérebros de autópsias de pacientes que morreram em clínicas psiquiátricas são armazenados para pesquisas sobre transtornos mentais.
Em um porão de uma universidade da Dinamarca, estende-se um dos maiores estoques de cérebros humanos, com um total de 9.479 armazenados. São cérebros de clínicas psiquiátricas após realização de autópsia desses pacientes que tinham algum tipo de transtorno mental.
Com isso, até os dias atuais, eles são utilizados para pesquisas no âmbito psiquiátrico.
Universidade conserva 10 mil cérebros para estudo
Entenda sobre a maior coleção de cérebros humanos:
- Histórico do acervo
A aquisição dos cérebros teve início em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, originalmente mantidos no Hospital Psiquiátrico Riskov, em Aarhus, local do Instituto de Patologia Cerebral.
Todos os pacientes eram bem analisados, e toda a vida de cada um, incluindo suas passagens por clínicas psiquiátricas, era documentada.
No entanto, em 1982, a coleção parou de ser aumentada, quando a Universidade de Aarhus mudou de prédio e não tinha mais como financiar os cérebros. Assim, chegaram a cogitar destruí-los, até que a Universidade do Sul da Dinamarca veio em boa hora para abrigar o acervo.
- Ética x Ciência
Houve muitas discussões com relação à ética em cima da gigantesca coleção de cérebros. Uma vez que as famílias dos pacientes que tiveram seus cérebros preservados nunca foram avisadas ou receberam algum pedido para consentimento do uso dos órgãos para tais fins de armazenamento e pesquisa.
Com isso, o debate entre grupos políticos, religiosos e científicos foi intenso sobre como conservar órgãos humanos e os direitos dos pacientes naquela época.
No entanto, ter preservado esses cérebros deu um impulso para as pesquisas científicas sobre transtornos mentais, o que não teria ocorrido caso não houvesse essa alta disponibilidade de tecidos cerebrais com grande variedade de patologias.
- Conclusão final
Por fim, mesmo após intensas discussões e terem cogitado descartar toda a coleção do acervo várias vezes, a decisão final foi de manter a coleção. Nos dias atuais, a infinidade de cérebros das mais diversas patologias ainda está disponível para uso em pesquisas científicas e podem ser úteis durante longos anos.
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