Robótica Educacional: Descubra o que é e quais os benefícios para os alunos
Acompanhando as transformações na educação mundial, a robótica educacional é uma realidade cada dia mais presente nas escolas.
A Robótica Educacional, também chamada de Robótica Pedagógica, se encaixa nas inovações tecnológicas que estão sendo empregadas na educação. Seja para alunos do ensino fundamental ou ensino médio é prática está alinhada ao desenvolvimento de habilidades muito solicitadas aos profissionais do futuro.
Uma vez que o mercado de trabalho para o qual esses alunos estãos sendo preparados já não é mais o mesmo, o ensino precisa acompanhar as novas demandas, capacitando os alunos, inclusive, desde a educação básica.
Além disso, as atividades de Robótica Educacional proporcionam uma série de benefícios, que vão muito além do conhecimento teórico-prático. Durante as aulas os estudantes trabalham conceitos importantes, a exemplo da importância do trabalho em equipe, imaginação, criatividade, paciência, perseverança e muitos outros.
O que é Robótica Educacional?
Esse estímulo às ações práticas faz com que os alunos desenvolvam a capacidade de solucionar problemas propostos, o que vai de encontro com as novas habilidades exigidas do mercado de trabalho, que cada vez mais está recrutando pessoas com alto potencial criativo.
Componente curricular ou extracurricular de muitas escolas públicas e privadas de todo o Brasil, as aulas de Robótica são realizadas por meio do trabalho com os kits elaborados por empresas da área, ou por materiais de sucata, que aliados aos motores e sensores controláveis pelos softwares possibilitam a montagem de robôs com inúmeras funções.
Os professores da disciplina partem de conhecimentos previamente aplicados aos estudantes, e partir deles vão criar as situações problema, sempre estimulando a reflexão e estabelecendo um vínculo com aquilo que foi ministrado e o dia a dia dos alunos. De forma que o foco principal é aprender fazendo.
Origem
Apesar de estar em alta há poucos anos, engana-se quem pensa que essa é uma ideia nova. Em meados de 1960, o matemático americano, Seymour Papert, inspirado pelo construtivismo de Jean Piaget, sugeriu que os computadores fossem usados como ferramenta para potencializar o processo de aprendizagem das crianças.
Sem ser levado muito a sério, já que naquela época os computadores pessoais estavam longe de ser uma realidade para a maioria da população, ele passou anos desenvolvendo a teoria do construcionismo enquanto professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.
Foi por meio desse estudo que, em 1980 ele apresentou a tartaruga de solo, que nada mais era do que um robô que usava a programação, também criada por ele, em linguagem Logo. Bastante acessível às crianças, por meio do computador eles eram capazes de desenhar diversas figuras geométricas.
Ainda que muito semelhante ao construtivismo de Piaget, o construcionismo de Papert prima pela realização de uma ação concreta, que resulta em algo palpável. É justamente essa visão que, nos últimos anos, tem influenciado milhares de escolas ao redor do mundo.
Objetivos e vantagens
Um dos principais objetivos da Robótica Educacional, como já citado, é o estímulo para que os estudantes vejam na prática, aquilo que aprendem durante as aulas. Mas não para por aí. Ela é capaz de colocar o aluno no centro de seu aprendizado, fazendo com que as matérias decoradas fiquem no passado.
Outro ponto fundamental é o planejamento e a execução de projetos. Isso faz com que, além da disciplina, os alunos aprendem a trabalhar em equipe, sabendo que ideias diferentes podem se complementar e pautar soluções nunca antes pensadas.
Muito além dos conceitos de física e matemática, as aulas permitem o desenvolvimento de habilidades mentais e do raciocínio lógico, aprimora a coordenação motora, desperta a curiosidade e faz com que os estudantes superem suas próprias limitações.
Entretanto, para que o aprendizado seja eficiente e faça sentido, os gestores das escolas necessitam entendê-lo em sua totalidade e não apenas como uma mera inclusão de tecnologia na sala de aula, sob o risco de não alcançar os resultados esperados.
Professores da área também precisam estar em constante formação, não só no que diz respeito às novidades da Robótica, mas também no tocante à didática e a tudo aquilo capaz de enriquecer a vivência das atividades em sala de aula.
Kit Robótica Educacional
Para a trabalhar a parte teórica da Robótica Educação, os professores lançam mão dos kits que possibilitam a montagem dos robôs e a programação para que eles executem ações.
Normalmente, eles incluem software, hardware e a documentação. No que diz respeito ao software, duas linguagens de programação são as mais comuns nos kits. Uma delas é a linguagem de programação textual, que pode ser desenvolvida para o próprio kit, mas tomando como base a programação em Java, por exemplo.
Outra opção é a linguagem de programação gráfica, em que os programas são construídos pelos alunos por meio da interação destes com elementos visuais, quase sempre através de ações com o mouse.
A respeito do hardware, basicamente ele é composto por três estruturas básicas:
- Componentes eletrônicos
- Componentes estruturais
- Unidades programável
Por fim, a documentação é composta, além dos documentos técnicos em si, pelo manual do usuário e pelo material de apoio pedagógico.
Entre os kits de Robótica Educacional que se destacam estão o Arduino,Modelix Robotics e os da Lego.
Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR)
Apesar de ser uma prática iniciada no Brasil em 1978, a partir de 2002, com o apoio do governo federal, as olimpíadas científicas conquistaram um espaço crucial no planejamento anual nas escolas de todo o país.
Fazem parte da iniciativa e do suporte aos eventos o Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) é uma delas, que segundo seu edital, tem como objetivo “atuar como instrumento para a melhoria dos ensino fundamental e médio, bem como identificar jovens talentosos que possam ser estimulados para carreiras técnico-científicas”.
Ela é realizada anualmente desde 2007, a cada ano com a etapa nacional realizada em um estado diferente. Ao longo do tempo ela sofrer importantes alterações em sua estrutura, mas sem que isso afetasse o crescimento exponencial do número de inscritos.
Na sua primeira edição foram registrados aproximadamente 6.500 inscritos. Dez anos depois, em 2017, já eram mais de 142 mil inscritos, tanto para a modalidade prática, realizada em equipes, quanto para a modalidade teórica, com provas individuais.
Outras informações a respeito da estrutura da olimpíada, organização, como participar, modalidades, calendário e outros tópicos podem ser conferidos no site www.obr.org.br.
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