As melhores músicas africanas para conhecer as tradições do continente
Listamos algumas canções que representam as particularidades dos diferentes países da África.
O continente africano é um mosaico de tradições e culturas. Seus 54 países – 48 continentais e seis insulares -, dividem-se em cinco regiões geográficas: África Central, África Ocidental, África Oriental, África Meridional e África Setentrional.
Cada uma delas, e seus respectivos países, foram colonizadas por diferentes povos. Junto com as tradições nativas, isso tem um reflexo direto na grande quantidade de idiomas, comidas típicas, religiões, danças e músicas.
E por falar em música, sempre que o assunto são as músicas africanas logo vem à cabeça os tambores característicos de alguns ritmos, principalmente os folclóricos. Contudo, a diversidade cultural da África vai muito além e as canções se expressam a partir de muitas vertentes.
No norte da África, por exemplo, a música é muito ligada às tradições do Oriente Médio. A porção oriental tem como principais influências a músicas árabe, da índia, Polinésia e Indonésia. A África do Sul, por sua vez, guarda muitas semelhanças e influências de ritmos musicais da América do Norte e Europa.
Músicas Africanas
Fela Kuti – Water no Get Enemy
Representante da Nigéria, Fela Kuti é considerado como um dos maiores nomes da música africana. Extremamente talentoso, o músico falecido em 1997, criou o afrobeat. O ritmo, que surgiu em meados da década de 70, é uma mistura do highlife nigeriano, jazz e rock psicodélico.
Serge Beynaud – Bakamboue
Nascido na Costa do Marfim, Serge Beynaud é associado ao ritmo tradicional do país, o Coupé-Décalé. As músicas têm uma batida agitada e possuem coreografias que fazem muito sucesso. .
Fany Mpfumo – Nita Kukhoma Hi Kwini
Fany Mpfumo é considerado como rei da marrabenta. O ritmo tem origem em moçambique e o nome vem da palavra portuguesa “rebentar”.
O nome foi dado por conta das guitarras de baixa qualidade que eram usadas para tocá-lo. Elas costumavam arrebentar as cordas no meio de apresentações. Tem como referência vários ritmos folclóricos, tais como Dzukuta, Magika e Xingombela.
Hindi Zahra – Silence
Hindi Zahra é uma marroquina, de voz potente, que atualmente vive na França. Representante do norte da África, suas canções misturam guitarras, traços do Blues e uma pegada mística, graças às referências ciganas típicas da cantora.
Titica – Sobra Raiva
O kuduro é um ritmo tradicional da Angola. Intimamente ligado à dança, ele mistura uma batida eletrônica com sons do folclore africano. A cantora Titica, nascida em Luanda, é um dos maiores ícones do gênero.
Ela exerce um importante papel social ao usar a música para desenvolver um trabalho de conscientização sobre drogas e sexualidade.
Eddy Kenzo – Sitya Loss
Apesar de o cantor Eddy Kenzo ter nascido na Uganda, o ritmo que o tornou conhecido, o dancehall, nasceu na Jamaica. Foi na década de 70 que o novo som começou a tomar forma.
Nos vocais, os cantores foram substituídos pelos “deejays”, nome pelos quais os MCs são conhecidos por lá. As letras são repletas das gírias e sotaques locais.
Sauti Sol – Sura Yako
A banda queniana foi formada na capital, Nairóbi, e ficou conhecida em toda a África, graças ao hit Sura Yako. Na ativa desde 2006, os quatro garotos que a compõem se destacam nos ritmos afro-pop, world, soul, R&B e dance.
Dobet Gnahoré – Issa
Atualmente, a cantora nascida na Costa do Marfim é tida como um dos maiores nomes da música africana. Além de cantar, Gnahoré é também uma exímia percussionista e dançarina.
E não é para menos, a música está em suas origens! Seu pai é um percussionista-mestre e fundador do vilarejo Ki-Yi M’Bock, um lugar que respira música.
Boubacar Traoré & Ali Farka Touré – Duna Ma Yelema
É impossível falar das músicas da África sem lembrar de Ali Farka Touré. Nascido na República do Mali, o cantor e guitarrista ficou conhecido internacionalmente por ser um ponto de intersecção entre o blues e as tradicionais canções malinesas. Ele é o 76º na lista dos 100 Melhores Guitarristas de Sempre, feita pela revista Rolling Stone.
Blitz The Ambassador – Ghana Black Stars
Blitz The Ambassador é um rapper de origem ganesa. Suas músicas têm como principal característica a mistura entre rap e batidas afro, sendo o afrobeat a maior referência.
Vive há um bom tempo nos Estados Unidos, o que resulta em letras que demonstram saudade de sua terra natal. A título de curiosidade, a música Ghana Black Stars foi feita como uma homenagem para a seleção de Gana na Copa do Mundo de 2010.
Thomas Mapfumo – Samson
Mapfumo nasceu no Zimbabwe e é um cantor internacionalmente reconhecido por representar o ritmo Chimurenga, que consiste na música da guerra de libertação do seu país de origem. O ritmo tradicional mbira é mesclado com o som da guitarra elétrica, encarada como instrumento da luta pela liberdade.
Janka Nabay & the Bubu Gang – Somebody
O Bubu é um ritmo tradicional islâmico onde 20 músicos sopram, simultaneamente, gaitas de bambu de diferentes tamanhos. O músico Ahmed Janka Nabay é um principais representantes do gênero.
Durante a Guerra Civil de Serra Leoa (1991-2002), depois de gravar um CD, Nabay partiu para os Estados Unidos, formando a Janka Nabay and the Bubu Gang em 2010.
Miriam Makeba – Mas Que Nada
Carinhosamente chamada de “Mama Africa”, Miriam Makeba, além de cantora, teve atuação importantíssima contra o apartheid e na defesa pelos direitos humanos. Sua carreira musical teve início na década de 50, quando se destacou por misturar o blues com ritmos sul-africanos tradicionais.
Sua música “Mas Que Nada” ficou muito conhecida ao redor do mundo pela regravação do músico brasileiro Sérgio Mendes em parceria com a banda norte-americana The Black Eyed Peas.
Tem um erro “Mais Que Nada” é de Jorge Ben, hoje Jorge Ben Jor, grande compositor e musico brasileiro.