O impacto do narcisismo materno na vida dos que cresceram com mães desamorosas

Se uma pessoa comenta que não sentiu nada sobre a morte da própria mãe, será certamente julgada. Porém, para filhos de mães narcisistas, o sentimento de alívio é comum. Nesta carta aberta, uma autora conta seu relato de quem sofreu abusos de uma mãe narcisista e do estigma que se aflige aos filhos de mães abusadoras. Confira a seguir algumas questões levantadas pela autora.

Os distúrbios que os filhos de mães narcisistas carregam

Confira o relato da autora como sobrevivente de uma mãe narcisista:

1. O “Mito da Mãe” e seus estereótipos

A autora afirma que o “Mito da Mãe” é um fardo que todos os filhos de mães narcisistas vão enfrentar.

Ela questiona a ideia do perdão eterno só porque “ela é sua mãe”. Neste caso, o título de “mãe” não a dá o direito de ser julgada? A autora argumenta que ninguém deve tolerar o abuso, independentemente de quem o comete.

2. A validação do sentimento de alívio dos filhos

O narcisismo é uma doença que precisa ser tratada a sério. Infelizmente, nos dias de hoje, ela ainda é relativizada como piada. Além disso, filhos que sofrem abusos verbais não recebem o mesmo tratamento de crianças que sofreram abusos físicos.

Por isso, o sentimento de alívio e liberdade que eles sentem não deve ser invalidado. Assim como a cobrança para que os filhos perdoem as mães por todas as situações de abuso e agressividade, é algo impraticável para muitos.

3. O estigma de não legitimar o abuso

A autora compartilha as memórias de sua mãe e de como as palavras dela a afetaram profundamente, levando-a a se afastar para salvar a própria vida. Mesmo assim, muitos não conseguem mensurar o porquê desses abusos não serem perdoados.

Por isso, a autora é levada a listar todos os tipos de agressões verbais, sexuais e psicológicas que sofreu, desde a infância a vida adulta. Dessa forma, ela espera gerar empatia pelos leitores que ainda não compreenderam a gravidade da situação.

4. O amor-próprio dos sobreviventes de mães desamorosas

A autora destaca que para sobreviventes é importante se sentir reconhecido e apoiado. Além disso, expressar os sentimentos verdadeiros, como o ódio e a falta de perdão em relação ao agressor, é fundamental para a superação.

E mesmo que os agressores sejam vítimas de violências emocionais e psicológicas, é possível quebrar essa corrente de pais para filhos.

Por isso, a autora enfatiza que o mais importante é o amor-próprio. Ela se solidariza com todos os filhos adultos que foram criados por mães narcisistas, afirmando que os sobreviventes são inquebráveis.