No Brasil, obesidade infantil excede a média global e se torna alarmante
Até 5 anos de idade, cerca de 14,2% das crianças estão acima do peso ou já foram diagnosticadas com obesidade.
A crescente da obesidade infantil no Brasil tem se tornado um tema de grande preocupação entre os profissionais de saúde e pesquisadores.
Com taxas que ultrapassam significativamente a média global, o país enfrenta um desafio alarmante no combate a esse problema de saúde pública.
Os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde revelam uma realidade alarmante no Brasil em relação à obesidade infantil.
Em 2022, a taxa de crianças com excesso de peso ou obesidade na faixa etária de zero a cinco anos atingiu 14,2%, um número quase três vezes maior do que a média global, que é de 5,6%.
Essa disparidade evidencia um cenário preocupante e indica a urgência de medidas eficazes para enfrentar esse problema de saúde pública no país.
A situação é ainda mais grave entre os adolescentes, com um terço deles sofrendo com o excesso de peso e obesidade, em comparação com a média global de 18,2%.
O aumento desses índices levanta questões urgentes sobre os fatores que contribuem para essa realidade preocupante.
Cristiano Boccolini, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador do Observa Infância, destaca os alimentos ultraprocessados como um dos principais vilões nesse cenário.
Além dos riscos físicos associados à obesidade, como diabetes e doenças cardíacas, o impacto negativo na saúde cognitiva das crianças, refletido em baixo desempenho escolar e falta de atenção, reforça a necessidade de medidas urgentes para enfrentar esse desafio crescente.
A importância dos pais na luta contra a obesidade
O envolvimento dos pais desempenha um papel crucial na batalha contra a obesidade infantil, conforme destaca Cristiano Boccolini.
Ele enfatiza a importância de abolir a compra de alimentos ultraprocessados, que muitas vezes parecem ser mais acessíveis e práticos, mas significativos significativamente para o problema.
Boccolini ressalta a necessidade de resgatar os valores da alimentação saudável no ambiente doméstico, incentivando o preparo de refeições em casa e utilizando o tempo junto com as crianças para envolvê-las na culinária.
Reconhecendo as demandas da jornada de trabalho e as dificuldades enfrentadas por muitos países, ele encorajou a valorização dos momentos dedicados à preparação de alimentos genuínos sempre que possível.
Apesar de a obesidade ser moderada na Classificação Internacional de Doenças (CID) sob o código E66, nos círculos acadêmicos, há uma preferência por termos como “condição” ou “estado de saúde” para descrever pessoas com excesso de gordura corporal, segundo observa Boccolini.
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