Devo deixar meu filho usar celular na escola?

A utilização de tecnologias nas escolas tem sido um tema cada vez mais debatido, gerando dúvidas e preocupações entre pais, educadores e responsáveis.

Afinal, o que realmente importa quando se trata do uso de celulares e outras tecnologias em sala de aula?

Uma das principais preocupações está relacionada ao potencial devastador que os dispositivos móveis, como celulares e tablets, podem ter no ambiente de aprendizagem.

Isso porque a distração causada pelo uso indevido dessas tecnologias durante as aulas pode prejudicar o processo de ensino-aprendizagem, impactando negativamente o desempenho acadêmico dos estudantes.

Também existe uma preocupação crescente com os efeitos do uso excessivo de tecnologia na saúde mental e no bem-estar dos alunos.

O acesso constante às redes sociais, jogos online e conteúdos digitais pode levar à dependência digital, ansiedade, isolamento social e outros problemas de saúde mental, especialmente entre os jovens.

O uso desenfreado dos celulares nas escolas – Imagem: Reprodução

Escola e uso de tecnologias

Existe preocupação com o uso excessivo e indiscriminado de celulares, e essa questão é fundamentada em evidências científicas, por exemplo.

Existem estudos na área da psicologia e neurociência que demonstram que o tempo excessivo de exposição às telas pode afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo das crianças e dos adolescentes, como revelou o portal UOL.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria estabelece recomendações claras sobre o tempo de exposição às telas, sugerindo evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes dos dois anos de idade.

Quanto à escola, o uso indiscriminado de celulares pode representar uma fonte significativa de distração para os alunos, comprometendo o foco e a concentração durante as aulas.

O relatório GEM Report 2023 da Unesco destaca a importância da mediação pedagógica nesse sentido, ressaltando a necessidade de orientar os estudantes sobre o uso responsável das tecnologias.

Com o resultado do Pisa 2022, por exemplo, fica evidente que uma parcela significativa dos estudantes brasileiros se distrai com dispositivos eletrônicos durante as aulas, em comparação com outros países membros da OCDE.

De fato, governos e instituições educacionais têm buscado soluções para lidar com o desafio do uso excessivo de celulares nas escolas.

O que fazer para contornar essa realidade?

Uma das abordagens adotadas é a implementação de políticas que regulam o uso desses dispositivos durante o horário escolar, com a proibição geral do uso, exceto em casos específicos em que os professores identificam um propósito pedagógico claro.

As políticas visam criar um ambiente de aprendizagem mais focado e livre de distrações, ao mesmo tempo em que incentivam o uso responsável e produtivo das tecnologias.

Ao permitir que os dispositivos móveis sejam utilizados de forma seletiva e supervisionada para fins educacionais, as escolas podem aproveitar os benefícios das tecnologias digitais sem comprometer o processo de ensino e aprendizagem.