Deserto no Brasil? Veja qual região está em risco

Estudiosos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) afirmam que região brasileira pode virar um quase deserto em breve.

Conforme relataram especialistas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em um estudo feito com a ajuda do Laboratório de Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), o agreste nordestino pode vir a se tornar um deserto em breve.

A título de informação, agreste é a forma como é denominada uma área que tem um tipo de “vegetação de meio-termo”. Essa área fica entre as áreas de caatinga e zona da mata em quase todos os estados do Nordeste e em pelo menos mais dois estados de outras regiões.

Comparativamente, a vegetação do agreste é praticamente a mesma da caatinga. O que difere são o clima, os níveis de acidez do solo e uma maior presença de água, o que faz a região ser “mais verde” que o sertão, por exemplo.

Na classificação oficial de regiões, o agreste é apontado como pertencente ao clima semiárido e, de acordo com os especialistas da UFAL, diminuiu 55% entre 2004 e 2022.

O motivo dessa redução assustadora no agreste são as chamadas secas-relâmpago, períodos de estiagem que duram entre algumas semanas e um mês, mas têm potencial devastador.

A atual paisagem agrestina se assemelha muito à da caatinga. Imagem: Assis Barbosa/reprodução

Humberto Barbosa, que é fundador do LAPIS e professor da UFAL, explicou melhor o assunto em uma nota sobre o estudo.

“O estudo analisou como as secas repentinas impactaram na biomassa e na umidade do solo, no período de fevereiro a março, no período de 2004 a 2022. Essas microssecas têm predominado em relação a outros tipos de seca – como a seca meteorológica, agrícola e hidrológica. Estão relacionadas com o atual estágio da mudança climática, que agrava os eventos climáticos extremos. O efeito combinado da redução na cobertura vegetal e do aumento das temperaturas, durante as secas, têm aumentado ainda mais a degradação e a condição de aridez na região”, comentou ele.

Na verdade, esse efeito não começou a ser observado agora, mas desde a década de 1990.

A partir dessa época, governantes de municípios localizados no agreste começaram a notificar mudanças climáticas em seus territórios administrativos.

E agora?

Efeitos devastadores, como os que estão ocorrendo de forma contínua no Agreste nordestino, podem ter diversas causas e fontes diferentes.

Como exemplo, flutuações climáticas específicas, que geram as famigeradas secas-relâmpago, são uma das principais causas.

Em alguns lugares essas flutuações geram seca, enquanto em outros provocam um aumento exagerado das chuvas, como o que ocorreu no Rio Grande do Sul, provocando uma lamentável tragédia.

Contudo, é inevitável observar que, de alguma forma, a ação humana pode contribuir para esses processos, sobretudo para o de desertificação. O desmatamento fora de controle e a exploração excessiva de afluentes são dois bons exemplos.

No que tange à ação humana, que é o fator ponderável nesses cenários, é necessário investir em conscientização e ações práticas para preservação do meio ambiente.

E claro, isso exige um esforço conjunto das populações de áreas afetadas, como, nesse caso, o agreste, e das autoridades, que devem assumir seu papel com responsabilidade e firmeza, fazendo o que deve ser feito.

*Com informações da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

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