Expectativa de vida humana pode estar no limite, aponta estudo

Estudo revela que a expectativa de vida humana pode estar se aproximando de seu limite, com tendência de estabilização.

Um estudo publicado na revista Nature na última segunda-feira, dia 7 de outubro, indicou que a expectativa de vida humana pode estar se aproximando de seu limite.

A pesquisa, que analisou dados de países como Austrália, França, Japão, Coreia do Sul, Espanha e Suíça entre 1990 e 2019, observou que a longevidade global tem desacelerado nas últimas décadas.

Os dados revelam que, após anos de crescimento constante, o ritmo de aumento da expectativa de vida começou a se estabilizar.

EUA e Hong Kong apresentam resultados distintos no estudo

Apesar de os Estados Unidos também fazerem parte do estudo, o país tem uma expectativa de vida menor em comparação a nações europeias e asiáticas incluídas na análise. Hong Kong, por outro lado, se destacou por ser o único território onde não se observou uma desaceleração no aumento da expectativa de vida.

O levantamento sugere que, após grandes avanços médicos e tecnológicos, o ser humano pode estar chegando ao máximo de sua capacidade de longevidade.

“Estamos sugerindo que, o quanto vivemos agora é praticamente o máximo que podemos alcançar”, comenta Jay Olshansky, professor de epidemiologia da Universidade de Illinois.

Ele aponta que a expectativa de vida média deve se estabilizar em torno dos 87 anos.

Crescimento estagnado após décadas de avanços

Durante o século XX, a expectativa de vida humana aumentou significativamente, e muitos especialistas acreditavam que esse crescimento continuaria em ritmo acelerado, impulsionado pelas inovações na área da saúde. Nesse sentido, o demógrafo James Vaupel chegou a afirmar que muitas das crianças nascidas no século XXI poderiam chegar aos 100 anos ou mais.

No entanto, o estudo mais recente sugere que essa previsão pode ser otimista demais. Embora os avanços médicos tenham reduzido mortes por doenças e melhorado a qualidade de vida, a porcentagem de pessoas que ultrapassam os 90 anos continua pequena.

O limite biológico da longevidade

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Embora o estudo sugira um limite para a longevidade, hábitos saudáveis, como exercícios, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida. Foto: shapecharge / Getty Images Signature

Olshansky, que já defendia a ideia de um limite para a expectativa de vida desde os anos 1990, acredita que o novo estudo oferece provas concretas de que a longevidade humana tem restrições biológicas.

Mesmo com a redução das mortes prematuras, como acidentes e doenças graves, a função dos órgãos internos naturalmente declina com o tempo, o que torna difícil aumentar drasticamente o tempo de vida.

Para Olshansky, o aumento da expectativa de vida para além dos 87 anos pode ser improvável.

*Com informações de The New York Times e Revista Planeta.

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