Jovens pobres têm 3,4 vezes menos chances de acesso ao ensino superior que os ricos, revela estudo
Jovens de famílias pobres enfrentam barreiras significativas para acessar o ensino superior, aponta estudo.
Um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) revela a disparidade de oportunidades entre jovens de diferentes classes sociais no Brasil.
A análise, que se baseou em dados do IBGE, aponta que jovens de famílias pobres têm 3,4 vezes menos chances de ingressar no ensino superior do que aqueles de famílias ricas.
O levantamento destaca que a renda per capita média das famílias mais pobres foi de R$ 267 por mês em 2022, em contraste com R$ 3.762 entre as famílias mais abastadas. Este cenário reflete uma diferença econômica que impacta diretamente o acesso à educação superior.
Além disso, a pesquisa também analisou o papel da escolaridade dos pais como um fator significativo na ampliação das desigualdades.
Fatores influentes na desigualdade educacional
A PUCRS publicou o estudo na revista acadêmica Dados, revelando informações coletadas desde 1992. Além do contraste entre as classes sociais, a pesquisa destacou a evolução do número de graduados no país.
Em 2000, apenas 6,8% das pessoas com 25 anos ou mais possuíam um diploma universitário; em 2022, esse número subiu para 18,4%.
A pesquisa não apenas revela a diferença de oportunidades, mas também destaca fatores que influenciam essa disparidade. A escolaridade dos pais, por exemplo, desempenha um papel crucial.
Jovens cujos pais têm ensino superior têm mais chances de acessar a graduação do que aqueles cujos responsáveis possuem apenas o ensino fundamental.
Evolução da desigualdade ao longo dos anos
Desde 1992, o Brasil experimentou um aumento no acesso ao ensino superior. No entanto, após um crescimento significativo nas décadas de 1990 e 2000, a desigualdade voltou a crescer.
Em 2004, as chances de jovens ricos ingressarem na universidade eram 4,2 vezes maiores do que as dos jovens de camadas menos favorecidas. Embora tenha diminuído para 2,5 vezes em 2012, a desigualdade aumentou novamente, alcançando 3,4 vezes em 2022.
Impacto da escolaridade dos pais
O estudo também analisou como a escolaridade dos pais influencia as chances de ingresso no ensino superior. Em 2003, jovens com pais graduados tinham 3,9 vezes mais chances de ingressar na universidade. Essa diferença se reduziu para 2,4 vezes em 2014, mas cresceu novamente para 2,9 vezes em 2022.
O estudo da PUCRS ressalta a persistência das desigualdades no acesso ao ensino superior no Brasil, apesar dos avanços nas últimas décadas. Os dados evidenciam a necessidade de políticas públicas que visem à diminuição dessas disparidades, promovendo uma educação mais justa e igualitária.
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