A cada 10 pessoas formadas para docência, 6 fizeram cursos a distância
Comparando a educação a distância com o ensino presencial, a modalidade de ensino remoto passa à frente com crescimento de 109,4% entre 2010 e 2020.
Um estudo recente mostrou que, em média, 6 a cada 10 alunos que concluíram seus cursos de formação inicial de docentes, seja para Pedagogia ou Licenciatura, entre os anos de 2010 e 2020, se graduaram no formato de educação a distância (EAD). Esse levantamento foi realizado pela organização Todos Pela Educação, que analisou os dados do Censo da Educação Superior, e divulgado na última quinta-feira, 21 de julho.
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O levantamento mostrou que, no ano de 2010, cerca de 231 mil pessoas conseguiram concluir seus cursos de formação voltados para a carreira de professores. Já em 2020, foram cerca de 235 mil, o que representa um crescimento de cerca de 1,5% em 10 anos. Porém, essa porção de alunos que se formaram utilizando o ensino presencial, seja por rede pública ou privada, teve uma queda. Comparando a educação a distância com o ensino presencial, a modalidade de ensino remoto passa à frente com crescimento de 109,4% durante o mesmo período.
Para Gabriel Corrêa, que é o líder de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, estes números são bastante preocupantes. “Essa formação inicial de professores para modalidade EAD, que deveria ser uma exceção, acabou se tornando a principal estratégia de formação docente no nosso país, o que é bastante assustador e grave. Formar um professor é algo sério, necessita de tempo, de discussões aprofundadas sobre a docência, de vivência nas escolas, simulações de situações reais em sala de aula”, disse em entrevista. Ele também defende que a modalidade precisaria ser melhor fiscalizada e regulamentada pelo Ministério da Educação.
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