A fundação da Real Biblioteca no Brasil

Implementada com a transferência da Família Portuguesa para o Brasil, a Biblioteca Real do Brasil, hoje Biblioteca Nacional, localiza-se no Rio de Janeiro.

Com a mudança da Família Real Portuguesa para o Brasil, o país passou a compor parte do Reino Unido, juntamente com Portugal e Algarves. Essa condição fez com que a nação deixasse de ser uma colônia.

A implementação da Biblioteca Real no Brasil aconteceu depois da transferência da corte portuguesa para o território brasileiro, em 1808.

Sendo ela, uma das transformações promovidas pelo príncipe regente D. João em busca do desenvolvimento.

Instalação da Real Biblioteca

Tida como uma dependência da Casa Real e um patrimônio do rei, o seu estabelecimento não se deu por um ato formal de instituição. No entanto, a sua primeira referência na legislação ocorreu mediante o decreto de 27 de junho de 1810.

Esse sugeria lhe instalar dentro do Hospital da Ordem Terceira do Carmo,  em conjunto com o Gabinete de Instrumentos de Física e Matemática, vindo de Lisboa.

Assim, o marco oficial da sua instalação é o decreto de 27 de outubro de 1810, revogando o de 27 de junho.

Ele implementava a Biblioteca Real no espaço das catacumbas dos religiosos do Carmo, aliado à Real Capela.

A criação do acervo

A propagação do papel e a invenção da imprensa elevaram a relevância das bibliotecas em todo o território europeu, além de ter impulsionado a criação de bibliotecas reais em muitos países.

Todavia, a história da biblioteca transferida para o Brasil teve início no reinado de d. José I (1570-1777).

A coleção inicial é fruto do pouco que sobrou da destruição ocorrida no terremoto em Lisboa, no ano de 1755. Aos poucos, o acervo foi se reconstituindo. Isso com a compra de acervos privados, materiais doados e o recolhimento de conjuntos deixados nos mosteiros ou abdicados pelos jesuítas, depois de sua expulsão, em 1759.

As coleções se dividiam em duas categorias: livraria real e a do infantado. A livraria real era restrita aos monarcas, enquanto a do infantado era destinada à formação dos seus filhos.

Na ocasião, constitui-se a Real Biblioteca Pública da Corte, estando acessível ao público em 1797. Porém, com a transferência da corte, parte de suas coleções foram mandadas para o Brasil.

A Imprensa Régia

D. João possuía como intuito, ao trazer os primeiros instrumentos de impressão para o Brasil, a criação da Impressão Régia (Imprensa Régia). Com isso, seria popularizado a cultura e o comércio do livro.

Por meio da impressão régia houve a impressão do primeiro livro no Brasil – Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. Ademais, D. João mandou trazer os 60 mil volumes disponíveis na Biblioteca Real Portuguesa.

Desse modo, precisou de três viagens de navios para trazer todos eles.

Retorno para Portugal

Em 1821, ao D. João e sua corte retornarem para Portugal, parte dos documentos e livros foram levados de volta à Europa. Entretanto, ainda assim boa parte ficou no acervo da biblioteca no Rio de Janeiro.

No ano de 1822, a Biblioteca Real levou o nome de Biblioteca Imperial e Pública.

Já no período da República, foi batizada como Biblioteca Nacional, ganhando  uma nova sede: Avenida Rio Branco, 219, no centro do Rio de Janeiro, na Praça Cinelândia.

A inauguração da nova sede se deu na data 29 de outubro de 1910, cem anos depois depois do decreto da Real Biblioteca por D. João.

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