A geração Z e do milênio se mostram insatisfeitas com a ‘fala terapêutica’
Laura, que tem 24 anos, ficou incomodada ao ver uma amizade de cinco anos terminar de forma súbita.
Cada vez mais, a Geração Z e do milênio estão desencantadas com a “fala terapêutica”, que acusam de estimular o egoísmo através de uma “definição de limites” excessiva.
Laura, uma jovem de 24 anos, contou como ficou magoada e frustrada ao ter uma amizade de cinco anos terminada abruptamente. A amiga (na verdade ex-amiga) justificou a decisão alegando que precisava “honrar suas próprias necessidades” e que não tinha mais “espaço emocional” para a amizade.
Laura, que preferiu não revelar seu sobrenome, compartilhou que sua amiga terminou sua amizade de longa data por meio de uma mensagem.
A amiga escreveu: “Estou em um lugar onde estou tentando honrar minhas necessidades e agir de acordo com o que parece certo dentro do escopo da minha vida, e temo que nossa amizade não pareça se encaixar nisso. Não consigo mais manter o espaço emocional que você queria que eu tivesse e acho que o apoio de que você precisa está além do que posso oferecer.”
Laura disse que a forma como a amiga terminou a amizade parecia um “memorando do RH” e que ela esperava um tom mais direto e gentil. Além disso, Laura ficou chateada por não ter tido a oportunidade de responder.
Com o uso cada vez mais comum dos termos “autocuidado” e “estabelecimento de limites” para justificar ações, Laura não é a única a questionar a eficácia da “fala terapêutica”.
A Dra. Arianna Brandolini, psicóloga clínica em Nova York, causou alvoroço no TikTok ao postar um vídeo sobre como terminar uma amizade. No vídeo, que já foi visto mais de 938.000 vezes, ela explicou o que “deveria ser dito” em tal situação.
Ela representou o cenário dizendo: “Eu tenho um enorme amor pelo nosso tempo de amizade, mas estamos seguindo direções diferentes na vida. Não tenho mais tempo para investir na nossa relação”.
O especialista em relações continuou: “Entendo que pode ser difícil de entender, mas tenho reavaliado muitas áreas da minha vida recentemente, incluindo minha capacidade de ser um bom amigo para você. Eu só quero ser honesto e direto para não decepcionar suas expectativas. Sinto muito se isso parece doloroso. Desejo a todos amor e sucesso”.
No entanto, usuários de mídia social criticaram essa forma de comunicação como “dolorosa” e “traumatizante”.
Um usuário escreveu: “O que parece estar faltando é a oportunidade de reconciliação e conserto do relacionamento”.
Outro disse: “A terapia precisa ensinar que nem tudo precisa ser dito em voz alta”.
Um terceiro acrescentou: “Isso é condescendente e meticulosamente roteirizado, mas tão descuidado com os sentimentos da outra pessoa, o que é um paradoxo estranho”.
Muitas pessoas argumentam que a “fala terapêutica” é unilateral e egoísta, deixando pouco espaço para discussões honestas e relacionamentos saudáveis.
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