Afinal, técnica do jejum intermitente realmente funciona?
De redução da inflamação, melhora do metabolismo à perda de peso: será que o jejum promove tudo isso mesmo?
Uma nova pesquisa publicada no Journal of The American Heart Association desvendou alguns mistérios que envolviam o jejum intermitente. A conclusão principal é de que não há relação entre os tempos de refeição e a perda de peso nos participantes do estudo. Eles ainda observaram que a frequência e a quantidade de alimento teve um impacto maior no ganho de peso do que o intervalo entre as refeições.
Jejum intermitente: mito ou verdade?
O estudo realizado pela Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, analisou mais de 500 adultos. O objetivo era descobrir se havia mesmo uma relação entre o horário da última refeição e o ganho de peso dos participantes. Doutor Wendy Bennett, professor que conduziu o estudo, diz que, apesar da popularidade do jejum intermitente, ainda não há nenhum estudo que comprove a sua eficácia na prática.
Desenho da análise
O estudo foi realizado durante seis anos com 550 adultos, sempre avaliando a correlação entre o ganho de peso e tempo entre as refeições. Os participantes vinham de três centros de saúde da Pensilvânia e de Maryland. O peso dos voluntários foi medido, pelo menos, uma vez antes dos períodos de inscrição, além da altura, cerca de dois anos antes do início do estudo.
Sobre os voluntários, 80% dos participantes eram adultos brancos, 12% adultos negros e 3% adultos asiáticos.
A maioria dos participantes tinha ensino superior e a idade média de todos era de 51 anos. O Índice de Massa Corporal (IMC) médio foi de 30,8, considerado obesidade grau 1. Já o tempo de acompanhamento dos participantes foi de 6,3 anos. Os pesquisadores criaram um aplicativo que marcava o momento de dormir, de acordar e de se alimentar que guaiava os participantes diariamente.
Resultados do estudo
Os cientistas perceberam que o horário entre as refeições não estava associado à mudança de peso durante o período de acompanhamento de seis anos. Observaram também que o número de calorias nas refeições estava associado ao aumento de peso, ao passo que refeições pequenas (inferiores a 500 calorias) estavam ligadas à perda de gordura.
Por fim, o estudo não detectou uma correlação entre o horário de fazer as refeições e a mudança de peso em uma população com amplo espectro de pesos corporais.
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