ALERTA: cozinha está contaminada com produtos químicos
Descubra os perigos dos produtos químicos ocultos na cozinha e aprenda como se proteger.
A cozinha, frequentemente considerada o coração da casa, pode esconder perigos invisíveis que ameaçam a saúde.
Muitos dos utensílios e produtos utilizados diariamente, como panelas antiaderentes e recipientes de plástico, contêm substâncias químicas nocivas que podem se infiltrar nos alimentos e no ar.
Tais substâncias, embora muitas vezes invisíveis a olho nu, têm sido associadas a uma série de problemas de saúde, desde distúrbios hormonais até câncer.
Conhecer esses perigos ocultos é o primeiro passo para criar um ambiente doméstico mais seguro e saudável.
Produtos químicos como PFAS, BPA, formaldeído e metais pesados estão presentes em muitos itens comuns de cozinha.
Esses compostos podem ser liberados durante o uso regular e a exposição contínua a eles pode causar sérios riscos à saúde a longo prazo.
Por isso, é importante entender onde esses químicos se escondem, quais são seus efeitos e como podemos minimizar a exposição a eles.
Vilões químicos
PFAS (Substâncias Per e Polifluoroalquil)
Os PFAS são uma classe de compostos químicos sintéticos que incluem milhares de variantes, usados para conferir resistência a calor, óleo, manchas e água.
São conhecidos como “produtos químicos eternos”, devido à sua persistência no meio ambiente e no corpo humano.
Onde se escondem
Presentes em panelas antiaderentes, embalagens de alimentos como caixas de pizza e sacos de pipoca para micro-ondas, papel manteiga e até em utensílios de cozinha resistentes a manchas e água.
Riscos à saúde
Estudos em animais sugerem que os PFAS podem afetar a reprodução, a função da tireoide, o sistema imunológico e causar danos ao fígado. Em humanos, estão associados a cânceres, problemas hormonais e imunológicos.
Como evitar
Prefira panelas de aço inoxidável, ferro fundido ou vidro. Evite aquecer alimentos em embalagens de papelão e plásticos e opte por armazenar alimentos em recipientes de vidro ou aço inoxidável.
BPA (Bisfenol-A)
Trata-se de um composto usado na fabricação de plásticos de policarbonato e resinas epóxi.
Apesar de muitos produtos serem agora comercializados como livres de BPA, outras variantes como BPS são usadas e podem ser igualmente prejudiciais.
Onde se escondem
Em plásticos duros, como garrafas de água reutilizáveis, recipientes de armazenamento de alimentos, revestimentos de latas de alimentos e bebidas, selantes dentários, brinquedos de plástico.
Riscos à saúde
O BPA pode imitar o estrogênio, interferindo nos sistemas hormonais do corpo. Está associado a problemas de fertilidade, aumento do risco de câncer de mama, diabetes, doenças cardíacas e desordens comportamentais em crianças.
Como evitar
Use recipientes de vidro para armazenar alimentos e bebidas e evite plásticos marcados com os números 3 ou 7 no símbolo de reciclagem. Substitua garrafas plásticas por alternativas de aço inoxidável ou vidro.
Formaldeído
Formaldeído é um composto orgânico volátil utilizado em resinas para adesivos e colas. É liberado lentamente no ar, especialmente em temperaturas mais altas.
Onde se escondem
Encontrado em tábuas de corte de bambu, utensílios de madeira colados, tecidos e produtos de papel tratados.
Riscos à saúde
Pode causar irritações na pele, olhos e vias respiratórias, além de ser classificado como cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC).
Como evitar
Prefira tábuas de corte feitas de uma única peça de madeira e sem colas tóxicas. Utilize óleos naturais, como óleo de coco ou cera de abelha para tratar a madeira.
Metais pesados (Chumbo, Arsênio, Níquel)
Metais pesados podem ser encontrados em uma variedade de utensílios de cozinha, especialmente em cerâmicas e esmaltados.
Onde se escondem
Presentes em cerâmicas, esmaltados coloridos e alguns utensílios de metal. Podem também estar em água contaminada usada para cozinhar.
Riscos à saúde
A exposição prolongada a metais pesados pode levar a envenenamento, causando danos neurológicos, renais e problemas de desenvolvimento em crianças.
Como evitar
Utilize cerâmicas sem chumbo e opte por vidros transparentes para alimentos e bebidas. Verifique se a água está livre de contaminação por metais pesados com filtros apropriados.
Dicas para reduzir a exposição
Invista em panelas de aço inoxidável, ferro fundido ou vidro. Esses materiais são duráveis e não liberam substâncias tóxicas durante o uso.
Evite utensílios com revestimentos antiaderentes que contenham PFAS e utilize recipientes de vidro ou aço inoxidável para armazenar alimentos.
Não aqueça alimentos em recipientes de plástico, pois o calor pode liberar químicos nocivos, e, se precisar usar plástico, certifique-se de que seja livre de BPA e seguro para o micro-ondas.
Prefira tábuas de corte de madeira maciça e trate-as com óleos naturais e evite os modelos de bambu compostas, que podem conter colas tóxicas.
Lave bem as tábuas, seque-as e armazena-as da forma correta após a utilização para impedir a proliferação de bactérias.
Termos como “eco” e “verde” podem ser enganosos. Pesquise e escolha produtos com certificações confiáveis e sem aditivos químicos. Leia rótulos e não use produtos que não listam claramente seus componentes.
Utilize sistemas de filtragem, como carvão ativado ou osmose reversa, para reduzir a presença de PFAS, metais pesados e outros contaminantes na água. A filtragem eficiente é crucial para reduzir a ingestão de substâncias tóxicas.
Reduza o uso de embalagens de fast-food e pipoca de micro-ondas. Prefira preparar alimentos frescos em casa e empregue sacolas reutilizáveis nas compras, isso diminui a exposição a químicos usados em embalagens.
Comece substituindo itens na cozinha aos poucos. À medida que utensílios antigos se desgastam, opte por alternativas mais seguras e saudáveis.
Os produtos químicos na cozinha representam um risco invisível, mas significativo. Pequenas mudanças no cotidiano, como a escolha de utensílios mais seguros e a eliminação de plásticos, podem reduzir a exposição a tais substâncias nocivas.
*Com informações de National Geographic e The Guardian.
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