Alerta! Estudo revela ‘inimigo invisível’ escondido na água potável
Pesquisa aponta que substâncias químicas de medicamentos em recursos hídricos.
Um estudo recente destaca um problema ambiental crescente nos Estados Unidos: a contaminação da água potável por produtos químicos persistentes. Tais substâncias, conhecidas como PFAS, são amplamente utilizadas em medicamentos e outros produtos de consumo.
A pesquisa, liderada pelo cientista Bridger Ruyle, da NYU, levantou preocupações significativas sobre a qualidade da água consumida por milhões de americanos.
Os PFAS, por sua resistência à degradação, são despejados em massas de água pelas estações de tratamento de águas residuais.
As tecnologias atuais não conseguem eliminá-los completamente, o que possibilita que esses químicos retornem ao abastecimento de água potável.
A pesquisa estima que 23 milhões de americanos estão potencialmente expostos a esses compostos perigosos.
Segundo a investigação, realizada e publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, cerca de metade da água potável nos EUA contém PFAS, devido a falhas nas estações de tratamento.
O estudo trouxe à tona a ineficácia de tais tecnologias em remover essas substâncias, que são lançadas nas águas a partir de lares e indústrias.
Água pode conter grande quantidade de PFAS – Imagem: reprodução/Raymond Hui/Unsplash
Impacto na saúde e no ambiente
Os PFAS são motivo de preocupação por permanecerem no meio ambiente e no organismo por longos períodos.
Esses compostos vêm sendo associados a diversas condições de saúde, como problemas de tireoide, infertilidade e alguns tipos de câncer. Embora as pessoas possam ser expostas por diferentes vias, a água potável é uma fonte alarmante de preocupação.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA estabeleceu regras para reduzir seis tipos de PFAS na água até 2024. No entanto, o estudo revelou que esses seis PFAS compõem apenas 8% do total encontrado nas amostras. Assim, com a maioria deles não regulamentada, a exposição continua a ser um desafio.
Contribuições das indústrias farmacêuticas
A presença dos PFAS na água potável é agravada pelo uso desses compostos na indústria farmacêutica, e a dificuldade em degradá-los, seja nas estações de tratamento ou no corpo humano, torna a situação ainda mais complexa.
As mudanças climáticas, sobretudo as secas, ampliam o problema ao reduzir a diluição dos produtos químicos nas águas residuais.
Especialistas sugerem que a prevenção da entrada dos PFAS no ambiente é uma estratégia mais eficaz do que depender exclusivamente de tecnologias caras.
A filtragem da água em casa pode ser uma solução a curto prazo, mas a longo prazo são necessárias políticas mais rígidas e avanços no tratamento das águas residuais.
Compreender melhor as fontes de contaminação é fundamental para proteger a saúde pública e reduzir a presença desses químicos prejudiciais no ambiente. A pesquisa recente destaca a urgência de ações preventivas e melhorias tecnológicas para enfrentar tal crise hídrica.
Comentários estão fechados.