Amazon investe em entregas nas favelas, que podem acontecer até aos domingos

Os moradores de favelas sabem o quanto é difícil conseguir uma entrega dentro das comunidades, devido principalmente à questão de endereçamento das casas. Mas, em parceria com a Favela Llog e a Luft Logistics, a Amazon começou sua operação de entregas em Paraisópolis.

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A ação contará com entregas inclusive nos domingos e feriados, e utilizará entregadores que moram no local, facilitando assim a vida de quem compra e também de quem entrega. Isso porque além da renda, eles já estão acostumados com as localidades e poderão chegar mais facilmente aos endereços.

De acordo com o líder da Amazon Logistics Brasil, Rafael Caldas, as entregas nas favelas nasceram após o amadurecimento do e-commerce, que aconteceu durante a pandemia, com o distanciamento social. “Em Paraisópolis, iremos aprender ao máximo, superar os problemas de endereçamento, que são a maior dificuldade em comunidades”, disse.

Além das vagas de entrega serem destinadas 100% para moradores da comunidade, uma parte delas será destinada para egressos do sistema carcerário. Para quem busca se reestruturar após cumprir uma pena, essa é uma grande oportunidade de emprego digno.

Thales Athayde, que faz parte da operação Favela Llog, falou um pouco sobre a importância do empreendedorismo local em Paraisópolis: “Aqui em Paraisópolis devemos entregar até 2.000 pacotes por dia. A Cufa está há 15 anos aqui em Paraisópolis, e a Favela Vai Voando [empresa de turismo da holding], há 10. Não atuamos em combinação com crime, e o objetivo é fomentar o empreendedorismo local e a geração de renda”.

A Favela Llog foi fundada em 2015 e cresceu muito durante a pandemia, devido ao seu trabalho na distribuição de doações nas comunidades em que faz parte. Ela já está presente em 100 favelas do Rio de Janeiro, e em São Paulo vai atuar em Paraisópolis, Heliópolis e Capão Redondo.

Com a parceria da Amazon, a Favela Llog espera expandir ainda mais, e estar presente em pelo menos 300 favelas ainda este ano. Dando certo este projeto de entrega da empresa, o modelo deve se espalhar para mais comunidades pelo Brasil.

Além de maior inclusão, a parceria gera uma movimentação de cerca de R$ 120 bilhões por ano, já que as favelas contam com 17 milhões de compradores em potencial.