Área de Dados deve gerar 6,1 milhões de empregos com salários de até R$ 34 mil

Segundo o Guia Salarial 2020, cientista de Dados podem receber até R$ 13.100,00 e o analista de BI pode ganhar até R$ 20.450, no nível de especialista.

As profissões na área de Dados alavancaram no mercado de trabalho e prometem pagar salários de até R$34 mil, isso até 2022. As informações são do Guia Salarial 2020, da consultoria em recrutamento Robert Half.

O relatório Jobs of Tomorrow: Mapping Opportunity in the New Economy foi publicizado na última edição do Fórum Econômico Mundial (WEF), realizado na cidade suíça de Davos.

Na publicação, as áreas de Dados e Inteligência Artificial foram apontadas como as responsáveis por gerar 6,1 milhões de empregos até daqui dois anos.

A necessidade surge em conjunto ao desenvolvimento tecnológico para o armazenamento e a análise do alto volume de dados gerados no cotidiano, assim como o emprego dessas informações no ato de decisões das instituições.

Formação de profissionais

Contudo, a capacitação dos profissionais não caminha junto com a demanda do mercado. Nesse caso, ele possui carência de mão de obra qualificada e apta a desenvolver soluções para as questões acerca do uso de dados.

Os primeiros cursos de graduação em Ciência de Dados no Brasil foram criados com uma grade curricular interdisciplinar, na qual abrange disciplinas de Estatística, Inteligência Artificial, Matemática, Modelagem de Dados e Programação.

Para o coordenador e professor do curso de Ciência de Dados da Fundação Getúlio Vargas, Yuri Saporito, um dos maiores obstáculos é capacitar os futuros profissionais para trabalhar com análise de dados em diferentes negócios.

“Não basta saber aplicar os métodos matemáticos ou programar, porque dominar os dados em si é uma tarefa importante. É preciso compreender como eles chegam, os modelos famosos já aplicados na área e saber como são tratados os problemas em relação aos dados, que variam de acordo com o setor de atuação do profissional”, ressalta Saporito.

Carreiras

Quando o assunto é profissões do futuro, geralmente o cargo de cientista de Dados ganha destaque nas discussões. Isso ocorre por conta da conexão da função com os negócios e a tecnologia, mas a área de dados contempla outros profissionais com oportunidades de carreiras de sucesso.

Analista de Business Intelligence, analista de dados, arquiteto de dados, engenheiro de dados, engenheiro de Machine Learning, especialista em Analytics e gestor de desenvolvimento de negócios de Inteligência Artificial são alguns exemplos de profissionais que, por meio de ferramentas, gerenciam, desenvolvem, traduzem e atribuem valor aos dados coletados.

Demandas

No entanto, os perfis e funções são diversificados e delimitados conforme a necessidade de cada empresa. Apesar de ser uma área recente, a vantagem competitiva dela para o mundo dos negócios é fundamental, como elucida o Program Manager da Ironhack, uma escola tecnológica presente em oito países , Rogério de Aguiar.

“Muitas das empresas, por causa do Vale do Silício, perceberam que iriam morrer se não começassem a fazer esse tipo de trabalho. O paradigma da mudança passa também na forma como os gestores entendem o mercado: eles estão parando de tomar decisões com base no feeling para utilizar os dados. Para isso, é preciso de um profissional capacitado que consiga apresentar soluções baseadas em evidências”.

Outro aspecto destacado por Aguiar para explicar a alta na demanda que, como consequência, apresenta a criação de novas funções e a reinvenção de outras, são os custos de manutenção do data lake (um repositório que armazena um grande e diversificado volume de dados).

“Hoje em dia é possível coletar vários tipos de dados e o aumento dessas informações encarece o seu armazenamento. Como os negócios são baseados em métricas, as empresas pararam só de coletar as informações e passaram a analisá-las para ter algum retorno”, frisa Aguiar.

Remunerações

Com o destaque para a área em função da competição e sustentabilidade dos negócios, as remunerações dos profissionais passaram por valorização.

De acordo com o Guia Salarial 2020 da Robert Half, o salário médio inicial do cientista de Dados é de R$ 13.100,00, enquanto o analista de BI pode receber até R$ 20.450 no nível de especialista.

Veja alguns cargos em alta e a estimativa de remuneração em 2020:

  • Analista de BI Junior – De R$ 3.850 até R$7.850
  • Analista de BI Pleno – De R$ 6.200 até R$ 12.550
  • Analista de BI Sênior De R$ 8.500 até R$ 17.300
  • Analista de Negócios – De R$ 9.250 até R$ 18.850
  • Especialista de BI – De R$ 10.050 até R$ 20.450
  • Cientista de Dados – De R$ 13.100 até R$ 26.700
  • Gerente de BI – De R$ 15.450 até R$ 31.450
  • Gerente de Dados – De R$17.00 até R$34.600

Outras habilidades

As maiores oportunidades para a inserção no mercado de trabalho, além das possibilidade de um retorno financeiro satisfatório, têm atraído profissionais de outros setores para a área de Dados.

Porém, como destaca o especialista em recrutamento e CEO da plataforma de empregos Trampos, Tiago Yonamine, não é necessária apenas aptidões em Programação (Phython, R, SQL) e Matemática, mas também clareza ao demonstrar os insights obtidos com as análises.

Perspectivas

O profissional da FGV, Yuri Saporito, julga que, no futuro, as carreiras permanecerão no auge, tendo em vista que os negócios terão a Ciência de Dados agregada.

“É uma mudança de paradigma de como a gente olha o nosso comportamento digital e como essa acumulação de dados acontece em todos os aspectos da vida. Está na medicina, na economia, no mercado financeiro, na forma como a gente se relaciona e locomove nas cidades e isso tudo gera informações que podem nos ajudar a resolver diversos problemas”, alega.

Já para Roberto de Aguiar, no mercado de trabalho será mais difícil outros profissionais incorporarem na carreira, já que haverá lapidação da área.

“Até os próximos sete anos, principalmente no Brasil, vão continuar surgindo muitas vagas para pessoas júnior, porque o mercado local ainda é muito incipiente nessa área. Com o tempo, acredito que ficará mais difícil entrar no mercado de trabalho de Dados, mas, em compensação, isso pode impulsionar a busca por profissionais seniores”, acrescenta.

*Com informações de InfoMoney.

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