Arqueólogos identificam local onde a família de Alexandre, O Grande, está enterrada
O lugar vem sendo investigado desde 1977, quando foi descoberto.
Há quase cinco décadas atrás, em 1977, um grupo de arqueólogos confirmou a descoberta de um lugar que posteriormente veio a ser batizado de Grande Tumulus de Vergina, no norte da Grécia.
Na época, o lugar foi eleito como Patrimônio Mundial da UNESCO, por ser indicado como local de sepultamento de membros da família de Alexandre, O Grande.
Lá, foram encontradas pelo menos três tumbas que guardam restos mortais de várias pessoas. Entretanto, a indicação inicial começou a ser escrutinada pelos especialistas nos anos seguintes, a fim de comprovar a teoria e identificar as pessoas exatas ali enterradas.
Além dos corpos de pessoas ligadas ao lendário conquistador do mundo antigo, havia armaduras e pertences de Alexandre no Grande Tumulus, que também impressiona pelo seu tamanho e a quantidade de artefatos de valor inestimável que guardava.
Agora, em um estudo fascinante publicado no Journal of A Archeological Science: Reports, cientistas não apenas confirmaram que parentes de Alexandre estão enterrados ali, como indicaram que são essas pessoas em mais detalhes.
O local de descanso eterno de uma das famílias mais famosas da história
(Imagem: Wikimedia Commons/reprodução)
Na saga para identificar de quem eram os restos mortais no Grande Tumulus de Vergina levou os especialistas a realizarem procedimentos como macrofotografia, raios-x, dissecações anatômicas e análises osteológicas.
Além disso, características das ossadas descobertas foram cruzadas com relatos históricos de traços físicos dos familiares de Alexandre, O Grande.
Como resultado, os cientistas descobriram que Felipe II, pai de Alexandre, e sua segunda esposa, Cleópatra, juntamente de um recém-nascido, estão enterrados na primeira tumba descoberta no antigo mausoléu.
Eles chegaram a essa conclusão porque o homem ali enterrado tinha joelhos defeituosos, característica que bate com a fama de “manco” do rei Felipe II.
Além disso, a presença do recém-nascido e da mulher na tumba corroboram o relato de que o pai de Alexandre foi morto a mando de sua ex-esposa, Olímpia, que era mãe do conquistador macedônico.
Olímpia teria mandado um guarda-costas do ex-marido matá-lo logo após o nascimento do seu filho com Cleópatra, sua nova esposa. No mandado, a mulher ressentida também encomendou a morte da atual esposa do rei e seu pequeno filho, que aconteceu alguns dias depois.
Quem mais?
Além do pai, da madrasta e de um meio-irmão de Alexandre, o Grande Tumulus também abriga os restos mortais do filho, de outro irmão e de uma cunhada do imperador.
No túmulo dois estavam enterradas as ossadas de um casal, que posteriormente foram identificadas como pertencendo ao irmão de Alexandre, o rei Arrhidaeus, também chamado de Arrideu ou Felipe III, e de sua esposa, a rainha Adea Eurídice.
Os arqueólogos chegaram a essa conclusão por detectar sinais de desgaste ósseo provocado por excesso de cavalgadas no esqueleto da mulher. Adea Eurídice era conhecida como “rainha guerreira” por gostar muito de montar e lidar bem com armamentos de guerra. De acordo com o relato histórico, Arrideu e Eurídice também foram mortos a mando de Olímpia.
Por fim, na última tumba, intitulada “tumba do príncipe”, foram encontrados os restos mortais de um adolescente. Sem titubear, os pesquisadores apontaram a pessoa ali enterrada como sendo Alexandre IV, o filho de Alexandre Magno que morreu ainda jovem, assassinado junto com sua mãe, Roxana.
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