Aumento no piso salarial da enfermagem pode aumentar valores em planos de saúde

Foi aprovado o projeto de lei que aumenta o piso salarial da enfermagem, e agora, o salário base da categoria está em R$ 4.750. Entretanto, com o acréscimo no pagamento do setor, pode haver um aumento também nos preços dos planos de saúde para cobrir o novo salário. A aprovação da legislação instaura uma preocupação sobre as instituições de saúde públicas e privadas, pautada no impacto financeiro iminente.

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De acordo com a Confederação Nacional Saúde (CNSaúde), o novo valor do salário pode acabar gerando um repasse de até 12% no aumento das mensalidades ao consumidor. Afinal, o aumento no salário demanda maiores gastos das instituições, desta forma, caindo ao consumidor o peso de contribuir ainda mais com o valor a ser repassado aos funcionários.

Um pedido para suspenção do piso foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) por entidades da categoria de saúde. Como justificativa à solicitação, foi argumentado que o aumento no piso salarial desenvolve alta no orçamento, implicando a diminuição na capacidade dos atendimentos aos pacientes, com alerta a famílias que necessitam de atendimento domiciliar.

O desenvolvimento da questão tramita junto a outros problemas que a categoria de saúde vem enfrentando com os preços de seus planos de saúde. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem em Minas Gerais (Coren-MG), é um erro associar o aumento do piso com o possível aumento cobrado pelos planos. De acordo com a presidente do órgão, Maria do Socorro Pacheco Pena, os planos já são detentores de outros problemas urgentes que também apresentam alto custo de recursos, mas que os operadores não devem utilizar o aumento no piso salarial como justificativa para aumentar a cobrança nas mensalidades.

“Os planos precisam começar a ver o que ocorre com eles. Porque hoje se for fazer uma busca com relação à assistência, vai ver várias reclamações. O Coren repudia qualquer afirmação do plano de saúde que seus aumentos tenham a ver com piso salarial da enfermagem, que sempre ganhou o mínimo possível. É a profissão mais explorada do Brasil”, destacou a presidente do Conselho.