Bombril vai falir? Entenda por que a empresa pediu recuperação judicial

Bombril entra com pedido de recuperação judicial visando reestruturar dívidas de R$ 2,3 bilhões após decisão desfavorável em processos tributários.

A Bombril, renomada empresa de produtos de limpeza, anunciou na última segunda-feira, dia 10, sua entrada em um processo de recuperação judicial. O pedido foi realizado na 1ª Vara Regional Empresarial, sob o número 1000363-92.2025.8.26.0260. Essa decisão reflete a necessidade urgente de reestruturação financeira.

Na última quarta-feira, 12, foi aceito o pedido de recuperação judicial da Bombril. O juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, deferiu o pedido da empresa.

Dessa forma, todas as ações e execuções contra a empresa estão suspensas por 180 dias, ou seja, durante esse período, os credores não podem realizar penhoras, arrestos ou apreensões de bens das empresas do grupo Bombril (Bombril S.A., Brilmaq Empreendimentos Imobiliários S.A. e Bril Cosméticos S.A).

Os problemas financeiros da Bombril são, em grande parte, decorrentes de contingências tributárias. Autuações da Receita Federal, relacionadas à aquisição de títulos de dívida estrangeiros entre 1998 e 2001, resultaram em um passivo fiscal significativo. Na época, a companhia estava sob o controle do grupo italiano Cragnotti & Partners.

Com um montante de R$ 2,3 bilhões em jogo, a recente decisão judicial desfavorável complica ainda mais a situação da Bombril. A administração reconhece o risco de perda nos processos e busca proteger a saúde financeira da empresa, considerada em perigo iminente.

Objetivos da recuperação judicial

Com dívida bilionária, empresa tenta se reestruturar e continuar funcionando (Foto: Divulgação/Bombril)

O principal objetivo da recuperação judicial é permitir que a Bombril reestruture suas dívidas. A medida foca especialmente nos compromissos com fornecedores e financiadores, garantindo a continuidade das operações. Essa estratégia também visa proteger o caixa da empresa.

A Bombril planeja agir rapidamente para minimizar os impactos nos direitos de credores, colaboradores e acionistas. Um processo ágil é essencial para assegurar que a empresa continue operando e possa entrar em um novo ciclo de crescimento. A expectativa é que isso facilite novos investimentos.

Quais os próximos passos da Bombril?

Para conduzir o processo de maneira adequada, será convocada uma Assembleia Geral Extraordinária. A reunião deliberará sobre os próximos passos, conforme exigido pela legislação vigente. Paralelamente, a empresa seguirá negociando as dívidas não cobertas pela recuperação judicial.

A Bombril continua otimista quanto à sua capacidade de superar essa crise. Com bons resultados nos últimos trimestres, a empresa acredita que a recuperação judicial é uma etapa necessária para garantir sua estabilidade a longo prazo.

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